Deus existe ao menos como idéia. Se não, não se discutiria tanto sobre Ele. Quem discute, discute sobre algo. E este algo, a princípio, é uma idéia.
Os teístas colocam a fé como prerrogativa necessária para "aceitar Deus". "Aceitar Deus" é ter fé. Não é preciso ter fé para aceitar a existência de algo concreto. Portanto, esta prerrogativa confirma a existência de Deus situada apenas no plano das idéias. Existir como idéia é uma existência.
Se existe apenas como idéia, trata-se de algo que por sua própria natureza não pode ser provado empiricamente. Portanto, provar a inexistência de Deus apenas confirma sua existência. Ou seja, confirma que para "aceitar Deus" é preciso ter fé. É claro, porque quem busca provar Sua inexistência não tem fé, e, portanto, Deus não se mostrará.
Há, ainda, a premissa de que Sua existência não pode ser provada. Então, não encontrar evidências da existência de Deus não significa que Ele não exista.
Por outro lado, é impossível provar a veracidade da inexistência de algo, porque a inexistência não deixa rastros. Alguém só pode provar que não há evidências desta existência. Mas o fato de não haver evidências não significa necessariamente que algo não exista.
Volta, portanto, dentro da lógica, à questão da fé. Há a existência na forma de idéia. Se esta idéia faz sentido para alguém, então Deus passa a ter uma existência mais concreta para este alguém. Se a idéia não faz sentido, Deus passa a ter existência como uma idéia alheia.
Mas Deus sempre existe, seja como idéia própria, seja como idéia alheia.
Do ponto de vista materialista, uma idéia corresponde a um estado físico. Portanto, se Deus é uma idéia, Ele existe fisicamente.
Se Ele existe como uma idéia, Ele é onisciente. Claro, Ele está na mente, e a mente “sabe” tudo o que o indivíduo fez – pois ela é a própria consciência.
Do mesmo modo, Ele é onipresente.
Podemos interpretar que o mundo está mesmo em nossa mente, como materialistas, porquê a única coisa que nos faz perceber o mundo são as conexões neurais. Assim, eu não posso saber com certeza que esta mesa existe fora da minha mente. Afinal, a “mesa” que percebo é um estado físico no meu cérebro. A mesa, então, é onipresente, porque está em minha memória. E não há uma diferença real entre eu perceber a mesa e eu me lembrar da mesa. Apesar da sensação ser diferente, ambos os casos correspondem a estados cerebrais – portanto, têm a mesma natureza. Assim, sempre que eu me lembrar da mesa, de alguma forma ela estará lá. O mesmo se dá com Deus, pois Ele é uma idéia que está na memória. Sempre que se fizer algo em Seu nome, Ele estará lá.
Deus também é onipotente. É diferente de uma mesa, pois a mesa não é considerada onipotente, apesar de ambos existirem como idéia. Mas o homem é feito à imagem e semelhança de Deus. Deus é perfeito, e o homem não. Portanto, a idéia de Deus corresponde ao ideal do homem de perfeição. A maior frustração humana são seus limites. Se Deus é perfeito, não tem limites. Portanto, Deus só pode ser onipotente. E Sua onipotência é demonstrada quando todos os eventos são colocados sob a luz da lógica. Quando usamos da lógica, todas as coisas têm um sentido. Ou quase todas. Assim, a onipotência de Deus é percebida quando associamos á lógica à esta idéia. Quando não conseguimos entender, afirmamos que Deus escreve certo por linhas tortas – ou seja, intuo que há uma lógica subjacente no evento, mesmo que eu não a compreenda.
Portanto, Deus existe, tem uma existência física subjetiva, é onipotente, onipresente e onisciente, o homem existe sob sua imagem e semelhança, e é perfeito, apesar de nem sempre compreendido. Assim como prega a bíblia.
Os teístas colocam a fé como prerrogativa necessária para "aceitar Deus". "Aceitar Deus" é ter fé. Não é preciso ter fé para aceitar a existência de algo concreto. Portanto, esta prerrogativa confirma a existência de Deus situada apenas no plano das idéias. Existir como idéia é uma existência.
Se existe apenas como idéia, trata-se de algo que por sua própria natureza não pode ser provado empiricamente. Portanto, provar a inexistência de Deus apenas confirma sua existência. Ou seja, confirma que para "aceitar Deus" é preciso ter fé. É claro, porque quem busca provar Sua inexistência não tem fé, e, portanto, Deus não se mostrará.
Há, ainda, a premissa de que Sua existência não pode ser provada. Então, não encontrar evidências da existência de Deus não significa que Ele não exista.
Por outro lado, é impossível provar a veracidade da inexistência de algo, porque a inexistência não deixa rastros. Alguém só pode provar que não há evidências desta existência. Mas o fato de não haver evidências não significa necessariamente que algo não exista.
Volta, portanto, dentro da lógica, à questão da fé. Há a existência na forma de idéia. Se esta idéia faz sentido para alguém, então Deus passa a ter uma existência mais concreta para este alguém. Se a idéia não faz sentido, Deus passa a ter existência como uma idéia alheia.
Mas Deus sempre existe, seja como idéia própria, seja como idéia alheia.
Do ponto de vista materialista, uma idéia corresponde a um estado físico. Portanto, se Deus é uma idéia, Ele existe fisicamente.
Se Ele existe como uma idéia, Ele é onisciente. Claro, Ele está na mente, e a mente “sabe” tudo o que o indivíduo fez – pois ela é a própria consciência.
Do mesmo modo, Ele é onipresente.
Podemos interpretar que o mundo está mesmo em nossa mente, como materialistas, porquê a única coisa que nos faz perceber o mundo são as conexões neurais. Assim, eu não posso saber com certeza que esta mesa existe fora da minha mente. Afinal, a “mesa” que percebo é um estado físico no meu cérebro. A mesa, então, é onipresente, porque está em minha memória. E não há uma diferença real entre eu perceber a mesa e eu me lembrar da mesa. Apesar da sensação ser diferente, ambos os casos correspondem a estados cerebrais – portanto, têm a mesma natureza. Assim, sempre que eu me lembrar da mesa, de alguma forma ela estará lá. O mesmo se dá com Deus, pois Ele é uma idéia que está na memória. Sempre que se fizer algo em Seu nome, Ele estará lá.
Deus também é onipotente. É diferente de uma mesa, pois a mesa não é considerada onipotente, apesar de ambos existirem como idéia. Mas o homem é feito à imagem e semelhança de Deus. Deus é perfeito, e o homem não. Portanto, a idéia de Deus corresponde ao ideal do homem de perfeição. A maior frustração humana são seus limites. Se Deus é perfeito, não tem limites. Portanto, Deus só pode ser onipotente. E Sua onipotência é demonstrada quando todos os eventos são colocados sob a luz da lógica. Quando usamos da lógica, todas as coisas têm um sentido. Ou quase todas. Assim, a onipotência de Deus é percebida quando associamos á lógica à esta idéia. Quando não conseguimos entender, afirmamos que Deus escreve certo por linhas tortas – ou seja, intuo que há uma lógica subjacente no evento, mesmo que eu não a compreenda.
Portanto, Deus existe, tem uma existência física subjetiva, é onipotente, onipresente e onisciente, o homem existe sob sua imagem e semelhança, e é perfeito, apesar de nem sempre compreendido. Assim como prega a bíblia.
10 comentários:
Só pode ser gozação. rs
Depende dos olhos de quem vê. rs
Ahhhh, Caio, será que vc é o único que me entende???? rsrsrsrssrs
Mister,
Gozação é outra coisa.rsrs
Po Paula, ninguem me entende tb!!! Tamos na mesma!! rsrs
Ao ler este texto fiquei alguns minutos olhando para minha mesa e pensando se só eu a vejo da forma que vejo, vai que ela é rosa e ninguém até hoje me contou!
Bom, mas acredito que a idéia de Deus ser apenas uma idéia é verdade, e para que Ele se torne mais verdade ainda, padronizaram a idéia, inventaram a bíblia, o corão, alias, inventou-se as religiões.
Assim, com o invento de uma crença padronizada, cada um não precisa se dar ao esforço de inventar Deus, ele já estará pronto sobre uma ótica, sendo assim se forma no imaginário coletivo, tornando-se real, personificando-se no rito diário de cada um de seus seguidores.
Não tinha pensando nisso, Felipe... Mas acho que tem razão! As religiões personificam Deus. Taí, gostei mesmo.
Sobre o lance da prova, há que se fazer justiça em um aspecto. A existência de deus é uma alegação primeira que jamais foi provada por deístas ou teístas(um princípio geral de direito é: quem alega um fato, prova-o) e me parece que a premissa de que essa alegação (deus existe) não precisa ser provada é apenas uma saída metodológica!
Depois, mesmo que a inexistência divina ou de qualquer outra coisa seja bem difícil (não diria impossível) de se verificar, creio que a experiência pode nos dar alguns critérios de razoabilidade. Para mim, pois, uma entidade tão complexa no início de tudo é uma figura bem pouco plausível. Aprendemos com a evolução (e a ciência em geral) que as coisas costumam caminhar do mais simples para o mais complexo, daí que não haveria como explicar um "criador" no início de tudo. Ele deveria ter sua própria criação explicada, antes. Ainda não encontrei uma argumentação apropriada na literatura teísta/deísta a respeito desta contradição.
Abraços. Ah! Bons textos! Estou curtindo o blog!
Gustavo,
concordo contigo que se trata de uma saída metodológica, mas ela existe e - vc há de convir - é genial. :-)
Acho que os ateus, de modo geral, são muito simplistas ao lidar com a (in)existência de deus. Ele não é apenas uma idéia mitológica, é A idéia mitológica, que determinou os valores e o modo da construção de toda a sociedade humana. E se fosse algo tão simples, óbvio e ululante, sinceramente, não haveriam tantos teístas inteligentes.
Digo isso porque comumente compara-se a idéia de deus à do papai-noel, e não é bem assim. É algo mais complexo, mais profundo, cuja análise lógica dentro de um cunho filosófico leva a uma idéia circular.
A própria aparente contradição a respeito da criação de deus, que vc colocou, remete ao mesmo mistério da criação do universo. Tudo veio do mais simples, evoluindo ao mais complexo, dentro da vida. Mas as leis físicas que regem o universo, e a própria existência dele, se antecedem à vida, e não sei se podemos inferir que isso seja mais simples. Nesse contexto holístico, o mais complexo gerou o mais simples que gerou o complexo, dentro do que sabemos.
Também não acredito na existência de deus em sí. Mas ele tem sua existência fenomenológica, e não podemos desconsiderar esta existência, ou subestimar a racionalidade teísta.
Claro que isso é difícil dentro de uma perspectiva cientificista... rs Mas a teologia está no campo da filosofia, e a metafísica é dificilmente acessada na ótica racionalista/empirista.
E tem seu charme, além de ser extremamente lógica. ;-)
Que bom que curtiu o blog! Valeu, mesmo!
Abração
Paulaaa, vc conseguiu! Vc provou a existência de Deus! hheiauheiuaheia
Briiinks!!®
;)
Vc disse que nao se pode inferir que o universo seja mais simples que a vida, mas tb nao se pode garantir que seja mais complexo. Entao talvez a evolução tenha, sim, partido de algo mais simples para algo mais complexo (é um tanto quanto egocêntrico achar que o universo é mais simples que os seres humanos!rs Mas quem sabe!)
A respeito de deus ser A idéia mitológica, determinante dos valores da sociedade humana, é bem verdade, mas isso nao significa nada, a nao ser que os seres humanos sempre precisaram de uma imagem em que se espelhar e de algo em que se apoiar, seja pra pedir por chuvas, caça, colheita, marido, pra saber que vai pra algum lugar maravilhoso depois da morte ou pra passar no vestibular. E a bíblia, o corão e quaisquer outros livros religiosos foram criados pelo ser humano (como o Felipe falou, as religiões foram inventadas) e muitas pessoas os usam como prova da existencia divina, o que nao o é de fato. Se nós nos unirmos e escrevermos um livro lindo sobre o deus óliver, isso nao fará com que ele passe a existir. Só o fato de as pessoas acreditarem nao torna uma IDÉIA real, e da mesma forma, nao torna irreal o simples fato de nao acreditarem.
Outro aspecto que eu acho bastante interessante é que existam tantas religiões, considerando que uma rejeita a existencia do deus da outra, em geral. Se deus existe, entao ele é apenas um? São vários? Cada pessoa/grupo de pessoas dá a sua interpretação e sua visao pra um mesmo deus? Sao varios deuses que pregam coisas diferentes ou um mesmo deus que o faz? Acho que o fato de cada religiao defender com unhas e dentes a existencia de um so deus e este ser tao diferente de um outro deus pode mostrar duas coisas: ou deus nao passa de uma ideia, realmente, criada para o contentamento do ser humano, ou todos deveriamos ser politeistas! kkk
Rapha,
Eu não quís dizer que o ser humano é mais complexo que o universo... seria mesmo o cúmulo do antropocentrismo. rsrsrsrs
Eu quis dizer que não há necessariamente essa linearidade, do mais simples ao mais complexo. Se pensarmos de modo cartesiano (porque se for de modo contínuo, nem faz sentido essa separação), tivemos primeiro um universo complexo. A vida surgiu a partir de pequenas moléculas livres na água. Isso é mais simples que o universo. Mas esta vida inicial originou os seres mais complexos que temos hoje - não apenas os humanos. Mas a maior complexidade deles é em comparação com o início da vida, e não com o universo! ;-)
Assim, só podemos verificar mais ou menos essa linearidade quando observamos dentro de um contexto limitado - que seria a própria vida. Num contexto maior, incluindo tudo o que existe, não há.
Vc disse que só o fato das pessoas acreditarem não torna uma idéia real. Eu discordo. Acho que realmente não torna uma idéia concreta, mas a torna real, sim. Ela tem existência como idéia, e isso é real. Tão real que tem consequências concretas. Claro que não significa que exista materialmente um senhor barbudo sentado nas nuvens.
Sobre as muitas religiões, entra de novo no mesmo caso... é uma prova, para mim, da inexistência concreta de Deus. Mas se considerarmos que as idéias são reais, aí vc tem razão... rsrs O politeísmo rulez. hahaha
Em relação a ser A idéia mitológica, vc tem razão no que diz, claro. Mas me refiro ás consequências disso. Toda a nossa sociedade, em todas as culturas, são estruturadas nessa idéia - mesmo que elas sejam um pouco diferentes, sempre há uma divindade que dita as regras. Além disso, a concepção de Deus vem cercada de muita lógica, como eu tentei demonstrar. Esse conjunto de coisas a torna algo diferente das nossas lendas. Não por ser mais concreto em sí, mas por originar consequências muito concretas a partir da idéia, e por ser capaz de manter um escrutínio filosófico como nenhuma outra é capaz.
É bem verdade que Deus é um fenômeno da mente humana. Mas considero que seja um fenômeno único, imcomparável. Devia ganhar um nobel. :-))
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