sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Fugindo do absurdo entrando na roda do espaço-tempo


Uma das maiores questões ontologicas é o tempo, o espaço e a causalidade. Quero fazer uma analise sobre as dificuldades de analisa-los e sobre as conclusões que eu cheguei.

A relação entre causalidade e espaço-tempo é notável, principalmente quando analisamos o tempo, ou seja, ou o tempo teve um inicio, ou este sempre existiu, porém ambas hipóteses são absurdas. Vejamos:

- O tempo ter surgido: O tempo obviamente não pode ter sido criado, ou surgido, pois criar e surgir é movimentar, tudo que se move se move a determinada velocidade (espaço/tempo), logo para o tempo surgir o tempo deveria existir a priori. Logo é um absurdo.

- O tempo ter sempre existido: Nesse caso o tempo seria infinitezimal para o passado, logo seria impossível ter chego até esse momento, porque seria eterno no passado. Logo é um absurdo.

A única hipótese lógica, é que o tempo não é uma semi-reta (com uma criação), nem uma reta infinita e sim um circulo, e esse circulo pode ter um comprimento absurdamente grande.

E o espaço assim como o tempo também deve ser ciclico[1], pois como vimos no outro texto, quando chegamos a determinada pequenez, os entes começam a crescer ao inves de diminuir, e o mesmo deve acontecer com o grande. De outra maneira teríamos que conceber uma infinitude de espaço, que também não é lógica, logo é um absurdo.

Se não existe um momento (um ponto no tempo) para a criação do espaço e do tempo, então não podemos falar numa causalidade necessária para estes existirem, pois estes não são entes, são dimensões onde os entes existem.

A causalidade necessita do espaço-tempo para ser lógica, sem o espaço e o tempo não podemos falar em causa, em ação, conclue-se que não existe a possibilidade destes (espaço e tempo) terem surgidos, portanto o espaço-tempo estão num plano acima da existencia, e se eles não podem ter sido criados e não podem ser infinitos, logo são cíclicos.
Referências:
[1] The Classical Universes of the No-Boundary Quantum State
Authors:
James B. Hartle, S. W. Hawking, Thomas Hertog
(Submitted on 11 Mar 2008)

15 comentários:

D disse...

Oi Caio, dê uma lida nos meus comentários a respeito do seu texto em:

www.imaginalismo.blogspot.com

Abraços.
D

D disse...

Caio, te respondi no meu blog, se tiver uma idéia melhor para o debate de idéias (um meio mais prático talvez) me avise.
Abraços.

D
www.imaginalismo.blogspot.com

Caio Mariani disse...

d,

Eu já expliquei para voce que o movimento é independente de nós, e coloquei o exemplo do universo, existem uma ordem de causas e efeitos.

Não me importa como voce vê o tempo, me importa como ele é fisicamente, e fisicamente ele não é um ente, como eu coloquei no texto, está num plano acima, é este (a dimensão temporal) que possibilita o movimento.

Não existe efeito sem causa, e foi essa a conclusão que eu cheguei que o tempo deve ser ciclico, ou seja, a historia se repete.

Inteligente? Qual seria a definição objetiva de inteligencia? Causa inteligente, isso é antropocentrismo, fisicamente, não existe inteligente, o que existe são processos fisico-quimico que ocorrem no cérebro, processos neurológicos, e suas causas são fisicas.

Quero deixar claro, que eu permaneço no campo real, não entro no campo mistico, imaginário, onde existem almas e espiritos, trabalho dentro da ciencia.

Como voce mesmo colocou antes, toda causa veio de um efeito, logo não pode haver uma causa primeira, sem haver um efeito que à causou, a não ser que voce viaje na metafísica e no imaginário, lembrando: permaneço no campo cientifico.

Elimina a causa primeira SIM, desde que tudo tenha existido sempre, dentro de um tempo e um espaço cíclico.

Obs: esse tempo ciclico não tem bolufas a ver com aquele link que voce postou.

D disse...

Caio, mais uma polemicazinha lá no blog, rs!

www.imaginalismo.blogspot.com

Abraço!

Caio Mariani disse...

d,

Eu já falei, segundo a Teoria-M o tempo não foi criado durante o Big Bang, e eu já coloquei a antinomia do argumento da criação do tempo pelo Big Bang no texto: http://minestroneabolognesa.blogspot.com/2008/09/lgica-dialetica-movimento-e-causalidade.html

O real é tido como o passivo de comprovação empírica, não vamos nos abster em exercicios de retórica.

Sobre o seu principio de lógica, é bem lógica mesmo, mas saí do campo real (científico) de acontecimentos, ou seja, invetar um criador, algo que não temos nenhuma evidencia nenhuma.

Ou seja, se eu inventar uma teoria onde o universo é uma bola de futebol, e antes do big bang ela estava mucha, contraida em si, daí veio um gigante assoprou e a encheu é bem lógica. Mas o caminho é esse?

Caio Mariani disse...

Sobre os processos neurológicos:

Aqui é questão de comprovado cientificamente ou não.

Alma e espiritos não foram comprovados pelo metodo cientifico, logo é crença, o que é crença eu não discuto.

D disse...

Caio, minha resposta está no blog, abraço!

www.imaginalismo.blogspot.com

Caio Mariani disse...

d,

Sugiro que dê uma estudada nas teorias cientificas e sobre o nada, antes de sair por aí afirmando coisas.

Porque necessariamente parado?

Porque não havia o tempo, aquele ponto tinha que ter sempre existido ali, até chegar um ponto onde ele resolveu começar a expandir.

A Teoria-M é revolucionária, mas é baseada na física e conforme eu coloquei é passiva de comprovação cientifica, diferente da teoria de um deus e da do gigante.

Caio Mariani disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Caio Mariani disse...

Para quem quiser dar uma olhada, nesse topico ocorreu um debate interressante que dá para ter uma maior idéia sobre o tema.

http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=76059&tid=5225844785456650369&na=4&nst=61&nid=76059-5225844785456650369-5248904262910700145

Caio Mariani disse...

Outro debate interressante:

http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=55164041&tid=5255139722249859831&start=1

Caio Mariani disse...

mais um..

http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=28604502&tid=5258850969130595063

Cássio disse...

Não vejo por que não possamos marcar um ponto em que o tempo teria começado.

“Antes” disso, não havia nada. Pois não havia “antes”.

O tempo é maleável e, se ele pára, tem-se a eternidade. Assim, mesmo que marquemos este ponto, ainda assim podemos imaginar que o Universo sempre existiu, pois o “sempre” está dentro do tempo.

Da mesma forma o espaço é maleável. Não há nada “fora” do espaço, pois não existe o lugar “fora”. Toda a matéria está “dentro”.

Assim, da mesma forma que o tempo “contém” a eternidade, o espaço também “contém” a infinitude.

Isso é meio difícil para imaginarmos com a nossa lógica. Mas lembre que essa lógica (a lógica clássica) deriva das interpretações que o nosso cérebro faz das impressões captadas pelos sentidos.

Essas impressões não são a realidade. Logo, essa “lógica” pode funcionar para uma realidade mais imediata, mais próxima aos sentidos. Mas talvez não reflita a realidade última , objetiva. Talvez essa lógica só se aplique à porção da realidade imediatamente captada pelos sentidos.

Mas já não funciona tão bem para o infinitesmal (o micro e o macrocosmo).

Caio Mariani disse...

Cassio,

Voce parte do principio que o tempo foi criado, e é essa a hipotese do Stephen Haking, mas filosoficamente o tempo nao pode ter sido criado, porque criação é movimento e se havia movimento antes do tempo existir, havia o tempo antes. É impossivel logicamente temporalizar a intemporalidade, conforme eu coloquei no inicio do texto.

Cássio disse...

Assim como a criação é movimento. Assim também é o tempo. Enquanto não havia movimento, não havia tempo. Quando surgiu o movimento, surgiu o tempo, simultaneamente. Não vejo porque não possa ser assim.