"Ele pensa que a vida ficou para trás
Então finge que nem liga
Que tanto faz
Oh, não! A vida é como um gás
Só um sopro, só um vento,
Nada mais
E o ar que já lhe passou pelos pulmões
De tão velho já quer ir descansar
Daqui para o futuro falta só um piscar
Que é para o tempo não mais nos enganar
Ele agora vê que o tempo é uma ilusão
E o passado são as linhas em suas mãos
Oh, não! A vida é muito mais
Que os dias, que os deuses, que jornais”
(A Verdade sobre o Tempo – Pato Fu)
Sofremos com a idéia da morte pelo desconhecido que ela traz; mas criamos significados, imaginamos uma continuidade da vida em outras esferas, conferimos um aspecto transcendente a ela. Porque? Porque a idéia de não existirmos é mais angustiante do que qualquer mistério. Não concebemos a não existência, não nos conformamos com ela. E a inexorabilidade disto torna o tempo absoluto, senhor de nossas ações. Nos parabenizamos uns aos outros a cada aniversário, por mais um ano em que vencemos a morte. Será que contaríamos o tempo se não fôssemos finitos?
Ao mesmo tempo, o sentido da morte está diretamente relacionado com o sentido da vida. Não há um sentido aparente para a vida. Construímos objetivos numa realidade concreta, mas mesmo estes se tornam absurdos quando confrontados com a certeza de que a vida terá seu fim.
Como diria Vinícius de Morais:
"Ás vezes quero crer, mas não consigo
É tudo uma total insensatez
Então pergunto a Deus:
- Escute, amigo! Se foi para desfazer, porque é que fez?
Mas não tem nada, não, tenho o meu violão"
Apesar de ser uma eterna e angustiante questão filosófica, a morte é um evento totalmente sensato para a natureza.
O principal responsável pela nossa finitude é uma estrutura que se encontra nas extremidades dos cromossomos, chamada Telômero. Sua função é, principalmente, proteger os nossos genes de serem danificados pelo processo de replicação do DNA. Se nossos genes sofrerem alterações, há uma grande possibilidade de que haja a perda da função normal dos tecidos.
Para que uma célula se divida e, assim, promova o crescimento ou a substituição de outras células perdidas, é necessário que seu DNA seja duplicado. Em um processo normal da duplicação do DNA, a cada divisão celular, perde-se cerca de 150 bases nitrogenadas, e o cromossomo é progressivamente diminuído. Este processo de encurtamento também está relacionado com outros fatores, como agentes ambientais, resíduos metabólicos, stress, e outros.
É aqui que entram os telômeros. Eles estão nas extremidades das fitas de DNA, e são compostos por centenas de repetições da seqüência TTAGGG. Quando ocorre o encurtamento das fitas, as seqüências pedidas são teloméricas. Como não existem genes nos telômeros, este desgaste não significa perda de atividade.
Mas, na maioria das células, os telômeros não são reconstruídos, de modo que são finitos. O tamanho dessas estruturas é variável, mas para que sejam totalmente perdidos (e o desgaste começar a se dar nos genes) seriam necessárias uma média de 150 divisões celulares. Entretanto, após de 50 a 90 divisões, as células atingem o “Limite de Hayflick”, quando os telômeros sinalizam para a célula seu desgaste. Ao receberem este sinal, as células induzem a própria morte (apoptose).
Quando a perda de células se torna maior do que a capacidade de reposição, o indivíduo envelhece, progressivamente. Há um momento em que a perda é tão grande, em conjunto com outros aspectos relacionados à morte celular, que o tecido perde a sua função. Isso faz com que, por sua vez, o órgão deixe de ser funcional e o indivíduo morra.
O que ocorreria se nossos telômeros fossem eternamente reconstituídos? Nossas células seriam imortais, e, a não ser por alguma causa externa (como acidentes e doenças infecciosas), nós também seríamos. Entretanto, existe um outro lado da moeda: nossos cromossomos são constantemente “bombardeados” por agentes capazes de causar mutações. A pior conseqüência disso é o câncer.
Para que haja a formação de um tumor maligno, é preciso que ocorram no mínimo duas mutações, atingindo genes de funções específicas. Como estas mutações são aleatórias, quanto mais tempo um cromossomo permanecer exposto, maior é a probabilidade de que estas duas mutações ocorram. Assim, uma célula imortal chegaria a um momento em que esta probabilidade seria de 100%, de modo que, mais cedo ou mais tarde, se transformaria numa célula maligna. Portanto, quando os telômeros induzem as células à morte, estão, também, minimizando as chances da ocorrência de um tumor.
Surge, aqui, um paradoxo muito interessante. Se resumirmos a história, podemos afirmar que os telômeros limitam nosso tempo de vida para que nossos tecidos permaneçam o maior tempo possível funcionais, e para que as possibilidades de um câncer sejam menores. Mas se nossos tecidos não forem funcionais, ou se tivermos um câncer, morreremos. Então, os telômeros acabam nos levando à morte para nos proteger da morte!!
Mas, se analisarmos em um contexto maior, há uma grande razão para isso.
Qual o sentido da vida? A reprodução.
Isto é bem claro. Perceba o seu próprio corpo, e verá que tudo nele são estruturas que permitem a sobrevivência e reprodução. Lembre-se do processo de adaptação e de seleção natural – o mais apto o é porque é capaz de se reproduzir mais.
Pensando a vida sob esta perspectiva, o paradoxo dos telômeros deixa de ser um paradoxo, e se torna lógico. Os telômeros conferem um prolongamento da funcionalidade dos organismos. Assim, o período reprodutivo é otimizado – tudo funciona bem tempo o suficiente para que o indivíduo se reproduza. Após este período, o indivíduo cumpriu sua função primária. Portanto, vale a pena tornar o indivíduo finito para que ele se reproduza o máximo possível.
É claro que este mecanismo tem óbvias vantagens adaptativas. Se um indivíduo com o tempo de vida limitado pelos telômeros é capaz de se reproduzir mais do que aquele que não o possui, esta regulação será mais freqüente, e, portanto, se fixará na população.
Ou seja, os fenômenos que nos condenam à morte são uma característica adaptativa – praticamente todos os seres vivos possuem telômeros e são mortais.
O que saber disso muda a nossa relação com a morte? Continua sendo terrível lidar com a própria finitude, sendo ela justa ou não. Mas o sentido da morte reflete o sentido da vida. Nos instituímos ingenuamente de uma importância que transcende nossa existência como seres vivos. Precisamos nos instituir de significados maiores do que os da natureza; do que os de nossa natureza.
Então finge que nem liga
Que tanto faz
Oh, não! A vida é como um gás
Só um sopro, só um vento,
Nada mais
E o ar que já lhe passou pelos pulmões
De tão velho já quer ir descansar
Daqui para o futuro falta só um piscar
Que é para o tempo não mais nos enganar
Ele agora vê que o tempo é uma ilusão
E o passado são as linhas em suas mãos
Oh, não! A vida é muito mais
Que os dias, que os deuses, que jornais”
(A Verdade sobre o Tempo – Pato Fu)
Sofremos com a idéia da morte pelo desconhecido que ela traz; mas criamos significados, imaginamos uma continuidade da vida em outras esferas, conferimos um aspecto transcendente a ela. Porque? Porque a idéia de não existirmos é mais angustiante do que qualquer mistério. Não concebemos a não existência, não nos conformamos com ela. E a inexorabilidade disto torna o tempo absoluto, senhor de nossas ações. Nos parabenizamos uns aos outros a cada aniversário, por mais um ano em que vencemos a morte. Será que contaríamos o tempo se não fôssemos finitos?
Ao mesmo tempo, o sentido da morte está diretamente relacionado com o sentido da vida. Não há um sentido aparente para a vida. Construímos objetivos numa realidade concreta, mas mesmo estes se tornam absurdos quando confrontados com a certeza de que a vida terá seu fim.
Como diria Vinícius de Morais:
"Ás vezes quero crer, mas não consigo
É tudo uma total insensatez
Então pergunto a Deus:
- Escute, amigo! Se foi para desfazer, porque é que fez?
Mas não tem nada, não, tenho o meu violão"
Apesar de ser uma eterna e angustiante questão filosófica, a morte é um evento totalmente sensato para a natureza.
O principal responsável pela nossa finitude é uma estrutura que se encontra nas extremidades dos cromossomos, chamada Telômero. Sua função é, principalmente, proteger os nossos genes de serem danificados pelo processo de replicação do DNA. Se nossos genes sofrerem alterações, há uma grande possibilidade de que haja a perda da função normal dos tecidos.
Para que uma célula se divida e, assim, promova o crescimento ou a substituição de outras células perdidas, é necessário que seu DNA seja duplicado. Em um processo normal da duplicação do DNA, a cada divisão celular, perde-se cerca de 150 bases nitrogenadas, e o cromossomo é progressivamente diminuído. Este processo de encurtamento também está relacionado com outros fatores, como agentes ambientais, resíduos metabólicos, stress, e outros.
É aqui que entram os telômeros. Eles estão nas extremidades das fitas de DNA, e são compostos por centenas de repetições da seqüência TTAGGG. Quando ocorre o encurtamento das fitas, as seqüências pedidas são teloméricas. Como não existem genes nos telômeros, este desgaste não significa perda de atividade.
Mas, na maioria das células, os telômeros não são reconstruídos, de modo que são finitos. O tamanho dessas estruturas é variável, mas para que sejam totalmente perdidos (e o desgaste começar a se dar nos genes) seriam necessárias uma média de 150 divisões celulares. Entretanto, após de 50 a 90 divisões, as células atingem o “Limite de Hayflick”, quando os telômeros sinalizam para a célula seu desgaste. Ao receberem este sinal, as células induzem a própria morte (apoptose).
Quando a perda de células se torna maior do que a capacidade de reposição, o indivíduo envelhece, progressivamente. Há um momento em que a perda é tão grande, em conjunto com outros aspectos relacionados à morte celular, que o tecido perde a sua função. Isso faz com que, por sua vez, o órgão deixe de ser funcional e o indivíduo morra.
O que ocorreria se nossos telômeros fossem eternamente reconstituídos? Nossas células seriam imortais, e, a não ser por alguma causa externa (como acidentes e doenças infecciosas), nós também seríamos. Entretanto, existe um outro lado da moeda: nossos cromossomos são constantemente “bombardeados” por agentes capazes de causar mutações. A pior conseqüência disso é o câncer.
Para que haja a formação de um tumor maligno, é preciso que ocorram no mínimo duas mutações, atingindo genes de funções específicas. Como estas mutações são aleatórias, quanto mais tempo um cromossomo permanecer exposto, maior é a probabilidade de que estas duas mutações ocorram. Assim, uma célula imortal chegaria a um momento em que esta probabilidade seria de 100%, de modo que, mais cedo ou mais tarde, se transformaria numa célula maligna. Portanto, quando os telômeros induzem as células à morte, estão, também, minimizando as chances da ocorrência de um tumor.
Surge, aqui, um paradoxo muito interessante. Se resumirmos a história, podemos afirmar que os telômeros limitam nosso tempo de vida para que nossos tecidos permaneçam o maior tempo possível funcionais, e para que as possibilidades de um câncer sejam menores. Mas se nossos tecidos não forem funcionais, ou se tivermos um câncer, morreremos. Então, os telômeros acabam nos levando à morte para nos proteger da morte!!
Mas, se analisarmos em um contexto maior, há uma grande razão para isso.
Qual o sentido da vida? A reprodução.
Isto é bem claro. Perceba o seu próprio corpo, e verá que tudo nele são estruturas que permitem a sobrevivência e reprodução. Lembre-se do processo de adaptação e de seleção natural – o mais apto o é porque é capaz de se reproduzir mais.
Pensando a vida sob esta perspectiva, o paradoxo dos telômeros deixa de ser um paradoxo, e se torna lógico. Os telômeros conferem um prolongamento da funcionalidade dos organismos. Assim, o período reprodutivo é otimizado – tudo funciona bem tempo o suficiente para que o indivíduo se reproduza. Após este período, o indivíduo cumpriu sua função primária. Portanto, vale a pena tornar o indivíduo finito para que ele se reproduza o máximo possível.
É claro que este mecanismo tem óbvias vantagens adaptativas. Se um indivíduo com o tempo de vida limitado pelos telômeros é capaz de se reproduzir mais do que aquele que não o possui, esta regulação será mais freqüente, e, portanto, se fixará na população.
Ou seja, os fenômenos que nos condenam à morte são uma característica adaptativa – praticamente todos os seres vivos possuem telômeros e são mortais.
O que saber disso muda a nossa relação com a morte? Continua sendo terrível lidar com a própria finitude, sendo ela justa ou não. Mas o sentido da morte reflete o sentido da vida. Nos instituímos ingenuamente de uma importância que transcende nossa existência como seres vivos. Precisamos nos instituir de significados maiores do que os da natureza; do que os de nossa natureza.
Mas o mundo é auto-explicativo. E, se nos livrássemos das prisões de nossa subjetividade, muitas das questões filosóficas perderiam a razão de ser – as respostas a elas estavam o tempo todo debaixo de nossos narizes.
18 comentários:
Por mais que se apresente respostas lógicas e científicas para explicar ou até mesmo justificar a morte como um evento necessário e natural, não conseguimos deixar de nos angustiar com ela e de tentar encontrar uma justificativa , tanto para o morrer quanto para o viver.
Viver é apenas reproduzir nossos genes? Isso é suficiente para justificar todas nossas lutas emocionais, nossas ambições, necessidade de amor, carinho, atenção, realização , validação?
Por que nos alegrarmos e nos orgulharmos tanto de nossa racionalidade?
Melhor ser como os animais irracionais, que aparentemente não sofrem as mesmas angústias e questionamentos que os racionais, pelo menos a maioria, sofre e faz habitualmente.
Será que o medo, o horror que os pais sentem ao imaginar um filho morto ou em situação de extremo risco, é ditado apenas pelo nosso "gene egoísta?"Isso para mim , que sou mãe, é quase uma afronta, uma blasfêmia.
Então tudo se resume na perpetuação da espécie?
Penso que ainda não se chegou de fato e completamente,sequer aproximadamente, no significado, no sentido da vida.
Quando e se chegarmos a essa resposta o sentido e significado de morte surgirá expontâneamente, já que uma está ligada a outra inexoravelmente.
Querer ou pretender analisar vida e morte separadamente jamais levará a uma reposta que nos satisfaça.
A busca incensante por drogas poderosas, vacinas,terapias com células tronco,enfim todas as pesquisas e descobertas ,nada mais são que a luta do homem contra sua finitude, contra o inexorável.
Talvez tenhamos tantas angústias pq em algum ponto do caminho, algo que nunca deveria ter acontecido aconteceu:a racionalidade, a capacidade de questionamento,( de que tanto nos orgulhamos) não passe de, digamos, um "erro".
E esse "erro", trouxe junto muito mais necessidades que justificativas, nos trouxe inclusive a necessidade do sobre natural, de entidades divinas e um espírito imortal.
Do ponto de vista biológico, sim a todos os "absurdos" que vc colocou. rs
Mas independentemente de onde venham, as coisas não perdem o sentido e nem a razão de ser.
O que importa se, por exemplo, o medo dos pais ao imaginar um filho morto seja proveniente de nossos "genes egoístas"? Esta é só uma origem. Os significados decorrentes em nossas vidas permanecem o mesmo.
O arco-íris é lindo quando não entendemos de onde ele vem. Tem todo um significado implícito á sua beleza. Mas quando descobrimos que ele é um fenômeno da água e da luz, isso não tira dele a sua beleza e seu significado implícito. Apenas o explica.
Mas fiquei pensando, e concordo contigo sobre o "erro". Apesar de nos auxiliar na sobrevivência com a possibilidade do uso de ferramentas e blablabla, a racionalidade realmente trouxe mais necessidades do que satisfação. Talvez por ela ser tão limitada, mas ao mesmo tempo ampla o suficiente para que possamos reconhecer suas limitações.
É uma m... :-)
(Saudade é racional? Sei não, mas a minha está grande! rs)
Um adendo ao comentários inteligentissimos:
Qual é a razão da vida?
"E esse "erro", trouxe junto muito mais necessidades que justificativas, nos trouxe inclusive a necessidade do sobre natural, de entidades divinas e um espírito imortal."
Aqui que também entra a necessidade do sobrenatural, a partir do principio que a razão foi eficiente para entendermos a natureza esta também nos trouxe "problemas", pois gostamos de ter uma razão para tudo, qual a razão da vida? existe pergunta mais importante que essa?
Mas eu acho que não precisa de uma razão, a partir do momento que nós seres humanos que temos necessidade de dar uma razão para tudo, a vida em si, penso eu, não precisa de uma razão, assim como o mundo e tudo que existe, é que ninguem convive bem assim, é instintivo querer dar um sentido para vida e para o mundo.
Tenho a impressão que já ouvi isso antes...
Mto legal essa relação dos telómeros com o envelhecimento e o câncer!
Não sabia que a senhorita tinha um blog, eu tbm tenho tá! hehehehe
Bjusss
Nathália,
eu sei! hehe
Já visitei ele várias vezes, até deixei um comentário... ;-)
Pois é, já ouviu durante boas horas... rsrsrs
Beijão!
Sim Caio, se não há necessidade de uma razão para tudo e muito menos para a vida em si, pq a buscamos tanto?
Penso que,foi e é a necessidade de descobrirmos essa razão,que nos trouxe filósofos,poetas e descobertas científicas incríveis!
É a insatisfação sobre o conhecimento do significado ou sentido da vida que todo ser humano carrega dentro de si que nos induz a buscar respostas para todas nossas interrogações, quer emocionais, quer racionais.
O sobrenatural e o espiritual surgem como uma tentativa de resposta assim como todas as descobertas científicas de qq ordem.
Então "destrinchar"o genoma( não sei se é aplicável neste sentido,sou apenas uma curiosa da vida e seus desdobramentos)não é uma busca para essa insatisfação constante do homem sobre o sentido de vida, de ser, de existir?
PAULA__o dia que saudade se tornar racional, o dia que desejar continuadamente estar junto de quem amamos( mesmo que seja apenas uma ordem do SR Gene Egoísta)for considerado racional,o dia em que o orgulho e amor pelos filhos for racional, o amor( apesar de..) pelo parceiro durar mais de trinta anos se tornar racional, será o dia mais feliz da minha vida, pois só mesmo assim me tornarei menos peninsular né?rsrsrsrsrs
Lembro me de um artigo passado postado por vc aqui no blog, que fala sobre a escolha da femea quando vai formar a prole, que é também determinado biologicamente..ela escolhe aquele mais forte, que tem uma capacidade de cuidar e prover a prole ..etc etc..lembra?Fala sobre como a femea defende sua cria.Isso tudo , apesar de eu considerar bastante lógico, não me basta enquanto apenas ordem biológica.
Talvez o "erro" a que me referi esteja mais presente em minhas heranças genéticas, certo?
Mas, Paula e Caio, independentemente de sentido da vida,independentemente de nossa racionalidade ou irracionalidade,quero parabenizar aos dois por esse blog.Esta sensacional, vcs escrevem sobre o que nunca estudei e mesmo assim consigo entender(?) ou pelo menos obter conhecimento científico suficiente para enriquecer minha experiência de vida.
Abraços aos dois.
“Porque a idéia de não existirmos é mais angustiante do que qualquer mistério?”
Não concordo com a afirmação. Se fosse assim, porque os suicidas se suicidariam quando estão angustiados?
Muito mais angustiante é ter de seguir em frente, aturando as desigualdades, se perguntando sobre tudo, seguir vivendo o que somos, que tão pouco parece sermos.Enfim, nada mais angustiante do que existir. Não existe angustia em não existir, porque não existindo, nada se sente.
Chegou a hora de para de simplificar as coisas. A natureza enquanto não existe a consciência é uma coisa. Depois do advento da inteligência na espécie, cabe a utilização do cérebro para não limitar as infinitas possibilidades existentes de propagação da mente inteligente por um simples “vivemos para reproduzir”. Antes de ser um ser natural, o homem é um ente social. Para que um cérebro tão complexo? Para reproduzir e reproduzir e depois todo mundo morrer com o choque de um asteróide na Terra?
Há que se seguir adiante!
“Porque a idéia de não existirmos é mais angustiante do que qualquer mistério?”
Não concordo com a afirmação interrogativa. Se fosse assim, porque os suicidas se suicidariam quando estão angustiados?
Muito mais angustiante é ter de seguir em frente, aturando as desigualdades, se perguntando sobre tudo, seguir vivendo o que somos, que tão pouco parece sermos.Enfim, nada mais angustiante do que existir. Não existe angustia em não existir, porque não existindo, nada se sente.
Chegou a hora de parar de simplificar as coisas. A natureza, enquanto não existe a consciência, é uma coisa. Depois do advento da inteligência na espécie, cabe a utilização do cérebro para não limitar as infinitas possibilidades existentes de propagação da mente inteligente por um simples “vivemos para reproduzir”. Antes de ser um ser natural, o homem é um ente social. Para que um cérebro tão complexo? Para reproduzir e reproduzir e depois todo mundo morrer com o choque de um asteróide na Terra?
Há que se seguir adiante!
d,
Mas os suicidas não se matam por causa da angústia sobre o mistério do pós-morte...
O que eu quis dizer é que mais do que não saber como será, a idéia de não existir é angustiante. Pergunte a alguém como imagina a própria morte, e geralmente ouvirá um relato de um funeral. Mas a pessoa não poderia ver seu próprio funeral! É difícil imaginar-se não existindo.
A comparação não é entre as dificuldades da existência e o possível conforto da não existência. É entre não saber como será depois que morrer e a sensação do nada, do não ser.
O cérebro é mesmo tão especial assim? O que ele oferece em relação a um sentido para a existência? Nada. A não ser a construção de um sentido circunstancial que não é capaz de resistir a uma análise lógica mais profunda. O cérebro é apenas uma sofisticada ferramenta de sobrevivência.
Quanto ao ser humano ser antes um ente social do que natural, não entendo. É como vc afirmar que a sociedade precede a própria existência humana. Mas a sociedade é uma adequação humana a suas necessidades. Como pode haver a sociedade antes da necessidade?
Mas, concordo com a sua conclusão. Apesar de tudo, há que se seguir adiante! ;-)
" Antes de ser um ser natural, o homem é um ente social. Para que um cérebro tão complexo? Para reproduzir e reproduzir e depois todo mundo morrer com o choque de um asteróide na Terra?"
Também não posso concordar que a sociedade preceda o HOMEM já que foi este HOMEM quem a criou.Somos realmente antes de tudo um ser natural ( animal natural).Existe sim, na esmagadora maioria de nós, a ordem biológica de reprodução.
Mesmo que optemos por não procriar,continuamos a fazer sexo e mais, desejamos fazer sexo.E qual a finalidade disso?Sentir prazer?
E sim, creio que é para isso sim, reproduzir, reproduzir e depois morrer todo mundo com o choque de um asteróide na terra, mais ou menos como...os dinossauros.
AH sim, só para completar....
Optamos por viver em sociedade pq assim a sobrevivência da prole estaria mais garantida.Enquanto alguns saiam em busca de alimentos os outros do grupo protegiam os mais indefesos( crias) dos inimigos naturais...Veja que o homem se torna um "ente social"apenas para uma garantia maior de sua sobrevivência e por consequência de seus genes.Biológicamente é interessante que o homem seja um "ente social".
Reducionista demais?Talvez...talvez
Paula,
d,
Mas os suicidas não se matam por causa da angústia sobre o mistério do pós-morte...
O que eu quis dizer é que mais do que não saber como será, a idéia de não existir é angustiante. Pergunte a alguém como imagina a própria morte, e geralmente ouvirá um relato de um funeral. Mas a pessoa não poderia ver seu próprio funeral! É difícil imaginar-se não existindo.
[Eu – Você já parou para pensar o quão reconfortante é não ter que se preocupar com angustia nenhuma? É exatamente isso que acontecerá aos que não acreditam em vida após a morte.]
A comparação não é entre as dificuldades da existência e o possível conforto da não existência. É entre não saber como será depois que morrer e a sensação do nada, do não ser.
[ Me parece um pensamento paradoxal. Como temer o “não ser” se por definição, o “não ser” não permite sentimentos como o temor ou a dor?]
O cérebro é mesmo tão especial assim? O que ele oferece em relação a um sentido para a existência? Nada.
[Até hoje, segundo a filosofia científica – que é o que de mais confiável possuímos – o cérebro é a ÚNICA ferramenta que nos possibilita compreender que estamos vivos.]
A não ser a construção de um sentido circunstancial que não é capaz de resistir a uma análise lógica mais profunda. O cérebro é apenas uma sofisticada ferramenta de sobrevivência.
[É nele que está a mente onde possuímos a consciência?]
Quanto ao ser humano ser antes um ente social do que natural, não entendo. É como vc afirmar que a sociedade precede a própria existência humana. Mas a sociedade é uma adequação humana a suas necessidades. Como pode haver a sociedade antes da necessidade?
[O fato de se ter consciência das coisas torna o homem muito mais um ente social do que um ente natural. Não comparemos amebas com humanos.]
Mas, concordo com a sua conclusão. Apesar de tudo, há que se seguir adiante! ;-)
[Sim, até que a morte nos separe]
D
Regina,
Também não posso concordar que a sociedade preceda o HOMEM já que foi este HOMEM quem a criou.Somos realmente antes de tudo um ser natural ( animal natural).Existe sim, na esmagadora maioria de nós, a ordem biológica de reprodução.
[Eu - um ente social é regido pela inteligência e consciência em detrimento do instinto, diferentemente dos naturais, que dependem mais do instinto do que de sua inteligência.]
Mesmo que optemos por não procriar,continuamos a fazer sexo e mais, desejamos fazer sexo.E qual a finalidade disso?Sentir prazer?
[Exatamente, ou você acha que procriaríamos se o sexo nos causasse dores lancinantes?]
E sim, creio que é para isso sim, reproduzir, reproduzir e depois morrer todo mundo com o choque de um asteróide na terra, mais ou menos como...os dinossauros.
[Antes ver alguma finalidade, do que finalidade alguma não é mesmo?]
Regina disse...
AH sim, só para completar....
Optamos por viver em sociedade pq assim a sobrevivência da prole estaria mais garantida.Enquanto alguns saiam em busca de alimentos os outros do grupo protegiam os mais indefesos( crias) dos inimigos naturais...Veja que o homem se torna um "ente social"apenas para uma garantia maior de sua sobrevivência e por consequência de seus genes.Biológicamente é interessante que o homem seja um "ente social".
Reducionista demais?Talvez...talvez
[ O homem é o lobo do homem, já ouviu falar? O que nos salva talvez seja a “morte” de nós mesmos...]
Ola Paula!
Também fiz um artigo sobre envelhecimento e morte, quando puder, da uma lida:
http://www.genismo.com/geneticatexto40.htm
Bjs
Jocax
Olá Paula !
Tbem fiz um artigo sobre envelhecimento e morte, qdo puder da uma olhada:
http://www.genismo.com/geneticatexto40.htm
Bjs
Jocax
Ao que me parece o Artigo é teu mesmo entao vou perguntar direto a vc.
Se a causa fundamental sao os telomeros porque as vítimas da Doença Progéria apresentam envelhecimento rápido?
Pelo que eu sei esta doença atinge a membrana que protege o Núcleo da Célula fazendo com que ela seja vítima facil de Radicais Livres.
Entao se esta doença afeta tambem os Telomeros sua explicaçao praticamente explica tudo.
Mas se esta doença nao afeta os Telomeros entao o que esta pesando ai? Serao os Radicais Livres?
E SE CURÁSSEMOS O CANCER COM UMA MERA AUTERAÇAO DO DNA? SE PUDESSEMOS FICAR IMUNES AO CANCER SEM O MECANISMO DA FINITUDE DOS TELOMEROS?
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