terça-feira, 28 de outubro de 2008

Qual o sentido da vida existir?


O que é muito discutido é que cada ser vivo tem um papel essencial no mundo, mas papel significa finalidade de existir, e o que na verdade tem uma finalidade real, um sentido objetivo de existir?

Se pensarmos que um ecossistema não muda, é estável, cada ser tem um papel, e este é essencial na cadeia alimentar e na conservação da entropia do ecossistema. Porém os ecossistemas são extramamente mutáveis.

Na verdade nada tem um papel, tudo se adapta, a minhoca por exemplo melhora as condições do solo para poder ser possivel a vida de determinadas plantas, porém se a minhoca deixar de existir, aquelas plantas morrerrão e virão outras que conseguem viver sem a minhoca. (exemplo)

Se pensarmos que os ecossistemas não mudam, cada ser tem um papel que é manter aquele ecossistema, mas os ecossistema mudam e de uma maneira ou de outra, um ser que tem uma função determinado momento se extinguira e outros se adaptarão a nova condição do ecossistema, num movimento constante.

Só existe papel se estabelecermos uma necessidade de permanência, ou seja, para a manutenção de um ecossistema cada ser tem uma finalidade, mas qual o papel da manutenção de um ecossistema? Apenas a sobrevivencia dos seres que existem hoje, ou seja, fugir das transformações.

O mesmo se aplica aos nossos orgãos, estes só tem um papel se a necessidade for a nossa sobrevivencia, é nesse ponto que eu quero chegar, os entes e seres só tem um sentido se estabelecermos uma necessidade, sem necessidade não há razão de existir.

Se na natureza não há nenhuma necessidade, então não há necessidade dos objetos e seres terem um objetivo de existir, dessa maneira não há necessidade para o sentido da vida, logo a busca por um sentido da vida passa a ser um absurdo.

14 comentários:

Anónimo disse...

Boa Noite Caio!
Muito interessante seu artigo, era exatamente isso que eu discutia com meu marido neste final de semana: Qual seria realmente a necessidade de preservação das espécies para um determinado ecossistema, já que este acaba sempre por se adaptar?E mais uma vez vc toca em um assunto primordial para a humanidade no aspecto psicofilosófico( isso existe? rsrs)O sentido da vida, ou mais específicamente sua necessidade de existir.
Se partirmos do princípio de que o "mundo"sempre se adapta , a natureza, de uma forma ou de outra, sempre resolve seus desbalanceamentos, realmente essa necessidade de a vida existir perde totalmente o sentido.
Não será por isso que a grande e esmagadora maioria da humanidade está sempre angustiada? Não será por isso que o vazio, a sensação de inutilidade esta sempre presente dentro de nossas mentes?Mas se assim é, por que insistimos em educar nossos filhos dentro de padrões tão delimitantes?Ou pq nos comportamos sempre levando em consideração o outro,procurando agir sempre de modo solidário? Pq não pensarmos sempre, antes de tudo, em nossas satisfações/desejos/necessidades?
Sabe Caio, muitas vezes me pego pensando se não errei em transmitir e exigir de minha prole tanta ética,caráter e respeito aos outros.
Mas estou amando o que vcs colocam aqui.Me induz á reflexão, a questionamentos e a uma maior flexibilidade e aceitação de minhas limitações como ser humano.
Muito bom mesmo seus artigos.Parabéns a vc e a Paula.

Anónimo disse...

Só para completar:vc já notou que independentemente da forma ou conteúdo dos textos, no âmago de tudo está a angústia, consciente ou não, do significado da vida?Do pq de existirmos?

D disse...

"Se na natureza não há nenhuma necessidade, então não há necessidade dos objetos e seres terem um objetivo de existir, dessa maneira não há necessidade para o sentido da vida, logo a busca por um sentido da vida passa a ser um absurdo."

Sinto muito Caio, mas agora você já tem consciência, e a partir do advento deste, não se pode mais simplesmente desdenhar da capacidade cognitiva do seu cérebro.

Bem que deus avisou para que não comessemos do fruto proibido...

D disse...

"Se na natureza não há nenhuma necessidade, então não há necessidade dos objetos e seres terem um objetivo de existir, dessa maneira não há necessidade para o sentido da vida, logo a busca por um sentido da vida passa a ser um absurdo."

Sinto muito Caio, mas agora você já tem consciência, e a partir do advento desta, não se pode mais simplesmente desdenhar da capacidade cognitiva do seu cérebro.

Bem que deus avisou para que não comessemos do fruto proibido...

D
www.imaginalismo.blogspot.com

Caio Mariani disse...

Maria Regina,

Sem querer ser muito reducionista, mas já sendo.. rsrs
Na verdade penso que procuramos ensinar valores para nossos filhos, porque pensamos que esses valores serão essencias para a vida deles, e como pais, fomos "programados" pela seleção natural para prepararmos o melhor dos nossos filhos, é interressante que eles sobrevivam e se reproduzam.

Mas, mesmo assim, falta um sentido nisso tudo, qual o sentido da vida se reproduzir e querer se manter? Não vejo sentido nenhum, ainda mais quando me aprofundo no reducionismo e considero a vida como uma complexa forma de organização da matéria.

Mas conforme voce colocou isso é angustiante, porque faz nos sentir pequenos, insignificantes, para não dizer que reduz todas as nossas ações e nossa vida à um nada.

Eu acho que a melhor maneira de lidar com isso é viver normalmente e só pensar sobre isso para filosofar mesmo, porque nas nossas vidas pessoal há um sentido, e mesmo que esse seja ilusorio, penso que devemos mante-lo, porque isso nos satisfaz e isso já é suficiente.

Muito interressante o seu comentario, como sempre.

Obrigado pelo elogio.

Caio Mariani disse...

Denise,

Sinceramente não entendi o que voce quis dizer. Porque desdenhar da capacidade cognitiva?

Cássio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Cássio disse...

Realmente, está tudo interligado.

Mas há que se tomar cuidado para não confundir "sentido" (valor, propósito) com finalidade (função).

Somente o valor dos objetos funcionais está na finalidade.

O valor de todo o resto está nos próprios entes.

Curiosamente eu também escrevi sobre este tema recentemente, dê uma olhada:

http: // sombrasnacaverna.blogspot.com /2008/09/ caneta.html

Abração!

Caio Mariani disse...

Cassio,

"O valor de todo o resto está nos próprios entes."

Como assim? Eu não entendi esse ponto.

Abraços

PeLaDo disse...

eu tentei varias vezes pensar em algum modo pra humanidade existir qual o objetivo disso tudo igualment ao final "logo a busca por um sentido da vida passa a ser um absurdo."

Cássio disse...

Dá uma olhada no meu blog, no texto "Você não serve para nada".

Se eu for discorrer aqui, vai ficar muito longo...

: )

Abração!

Cássio disse...

Caio,



Realmente, é um pouco difícil para nós, criados em uma sociedade utilitarista, enxergar o valor nas coisas em si, e não no "papel" que elas desempenham.



Até porque a palavra "valor" nos remete invariavelmente à idéia de "valor econômico", que não é ao que estou me referindo aqui.



Estou empregando "valor" no sentido de "propósito", "sentido" ou "significado".



Você pode entender que só existe o valor utilitário, e que todo o resto carece de valor. É uma corrente filosófica. O Niilismo é assim. Por esse pensamento, o Universo não tem um propósito, um sentido. Simplesmente existe, assim como poderia não existir, e tanto faz.



Mas há o entendimento de que o próprio fato de algo existir encerra, em si, o seu sentido. O seu propósito é existir, simplesmente. Senão, não existiria.



O princípio da navalha de Occam se coaduna com a idéia quando diz que a natureza não produz nada "supérfluo". De que tudo que existe tem um propósito. O que for supérfluo (sem propósito), simplesmente não adentra o mundo da existência. Nesse sentido, se o Universo não tivesse propósito, simplesmente não existiria. As idéias de Victor Frankl também se coadunam com essa corrente. Para ele, a busca de sentido é essencial ao ser humano, e não pode ser negada, sem conseqüência...

Caio Mariani disse...

Cássio,

Na verdade também não vejo o sentido em existir. rsrs

Não entendi como o principio da Navalha de Occam se encaixa com os supostos propositos que os seres tem na natureza, a maneira que eu vejo é que todos os seres nascem diferentes, e que os mais adaptados sobrevivem, não tem proposito, sentido, simplesmente acontece.

O sentido é importante para cada ser humano, na maneira que este vive a sua vida particular, mas não um sentido universal.

Paula Moiana da Costa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.