terça-feira, 5 de agosto de 2008

O Egocentrismo do Altruismo



Altruísmo é fazer uma ação pensando no bem do próximo, e egocentrismo é fazer uma ação visando o seu próprio bem. Se analisarmos superficialmente chegaremos a conclusão que são opostos. Porém na verdade não é, qualquer ação feita por um indivíduo acontece pois este a considera certa. Não existe nenhuma ação sem ter como escopo o bem do “eu” (ego).

O altruísmo na verdade tem como fundo o instinto de sobrevivência da espécie como um todo. Os indivíduos que ajudavam os outros, que formavam grupos unidos tinham maior chance de sobrevivência e transmitiam o prazer em ajudar o próximo, ou seja, o indivíduo que ajuda o outro sente prazer nesse ação e a repete. Entre animais, muitas vezes o altruísta realmente se sacrifica pelo grupo, é aquele macaco que se expõe aos predadores para desviar a atenção enquanto o resto do grupo foge. O grupo que possui mais indivíduos como este tende a ter maior chance sobrevivência. Então, apesar de não ter uma vantagem adaptativa individual, esse indivíduo altruista tem menores chances de se reproduzir do que os outros dentro do grupo, por isso são poucos, mas os grupos que proporcionam maiores chances deste se reproduzir sobrevivem mais que os outros grupos.



Porém isso acontece quando temos muitos recursos, espaços, quando não há muita competição, nesse caso há uma maior união, se analisarmos as sociedades primitivas percebemos isso de maneira clara. Porém com o aumento populacional ser altruísta não é tão importante quanto ser egoísta, defender apenas a sua pessoa e a sua família, é uma garantia maior de sobrevivência, pois há uma maior competição, um aumento na dificuldade para obter os recursos necessários para sobreviver.

Por isso que vemos cada vez mais o incentivo de ações altruístas, conforme o aumento populacional ocorre a necessidade (individual) de ser egoísta para poder ter recursos e sobreviver, assim como a necessidade (social) de propagar o incentivo da distribuição destes (recursos) para a espécie sobreviver. Se ser altruísta é considerado uma virtude, então há um impulso para a pessoa realizar tal ação, mas não são todos que continuam, pois geneticamente não são todos que tem maior prazer em ajudar os outros (social) do que se realizar pessoalmente (individual).

6 comentários:

Unknown disse...

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Muito bom o texto.
Também escrevi um texto sobre o assunto.

http://freakultmonkeys.blogspot.com/2008/07/o-altrusmo-morreu-na-cruz.html

Parabéns pelo texto.

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Samba da Pedreira disse...

quanta asneira

Paula disse...

Ué, "aaaa", se é asneira, contra-argumente. Juízos de valores sem justificativa não significam absolutamente nada!

Anónimo disse...

Oi!
Pode me explicar como "ficam" Madre Tereza e Irm� Dulce,dentro desse contexto? Ser� que apenas o ego�smo altru�sta as moveram? Pode uma pessoa abdicar de tudo apenas para "se sentir" bem ajudando ao proximo?Pessoas assim seriam..."doentes"? Um pai/m�e, que abre m�o de suas pr�prias realiza�es/desejos em fun�o de seus filhos, s�o movidos apenas pelo anseio biol�gico de preservar sua prole?
Eos pais/m�es que n�o o fazem?Que simplesmente ignoram isso?
Veja bem, n�o estou criticando o texto, mas as explica�es nele contidas n�o me satisfazem plenamente, n�o justiica / explica o que se v� habitualmente em nossa sociedade.
Parab�ns pelo blog e pelos textos nele apresentados.

Paula Moiana da Costa disse...

Oi, Júlia!

A idéia não é que todas as pessoas no mundo sejam altruístas, e em um mesmo nível. Claro que a Madre Tereza, por exemplo, era mais altruísta que os demais.

A questão me parece ser basicamente o seguinte, em todos os casos: há empatia pela dor do outro. Esta empatia traz angústia, é como se a dor do outro fosse a nossa própria dor. Quando acabamos com a dor do outro, portanto, acabamos com a nossa própria. Se sentissemos dor ao acabar com a dor do outro, provavelmente não o faríamos.

O que muda, então, nos exemplos que vc deu, é que a empatia era mais profunda do que o comum. Portanto, a motivação para acabar com a dor do próximo, e, portanto, a própria dor, é maior.

A questão evolutiva abrange um aspecto menos individual. O que vemos comumente como explicação para a fixação de determinadas características é a vantagem que elas trazem, sendo bem adaptadas ao meio. E num contexto individual fica parecendo que não há vantagem nenhuma em fazer ações altruístas. Mas se percebermos o aspecto social, dá para entender que há vantagens para o coletivo.

Não quer dizer que os exemplos que vc deu sejam destituídos de boas intenções, ou que a empatia sentida pelo próximo perca seu valor. Por isso não falamos em "egoísmo", mas em "egocentrismo".

abraços

Anónimo disse...

Oi Paula!
Obrigda, valeu de verdade.
Compreendi melhor e com mais profundidade atitudes como as dessas mulheres que citei.
Pena que não existam mais assim certo?
Sucesso em seu blog
Abraço