quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Indivisibilidade, Infinito, Perfeição e Descartes

"Primeiramente quero analisar o conceito que Descartes tinha sobre o “átomo” (do grego = indivisível), que foi a ultima teoria sobre o arche, essa idéia foi válida durante muito tempo, a opinião de Descartes sobre o atomo: “Sabemos também que não podem existir átomos, isto é, partes da matéria indivisíveis por natureza. Pois, se existissem, como teriam de ser necessariamente extensos, por muito pequenos que os imaginássemos, poderíamos dividir em pensamento cada um deles em dois ou mais que fosse mais pequenos e reconheceríamos então que são divisíveis”.

A Teoria-M, a sucessora da Teoria das Supercordas, afirma que as partículas fundamentais que constituem a matéria, (dois exemplos bem conhecidos de particulas fundamentais, são o eletrón e os quarks (que formam os protons e os neutrons)), são na verdade membranas e que de acordo com os seus padrões vibratórios e sua tensão produzem diferentes particulas, e o mesmo pode ser aplicado às forças da natureza (gravidade, eletromagnetismo, força forte e força fraca) que são compostas por particulas, que na verdade são quantidades minimas de energia denominadas quantas, cada quanta equivale a constante de planck.

Resumindo, toda a matéria é composta por um elemento básico: uma membrana, que é indivisivel e que de acordo com a maneira que ela vibra e com a sua tensão, produz diferentes particulas, a natureza é uma música. Agora pergunta-se: porque é indivisível?

Para isso teríamos que analisar o modo que vemos o mundo, enxergamos “porque os nossos olhos colhem e enviam para o cérebro informações transmitidas por fótons que ricocheteiam nos objetos que olhamos. Os aceleradores de partículas também se baseiam no mesmo princípio: eles lançam partículas de matéria umas contra as outras, assim como contra outros alvos, e detectores de alta precisão analisam a chuva de estilhaços para determinar a arquitetura dos objetos envolvidos.”. Abaixo coloco uma foto que melhor exemplica:



Temos que conhecer o Principio de Heisenberg para entender o proximo passo, sabemos que quanto maior a energia (menor comprimento de onda) tiver um feixe de fotons lançado, maior será a precisão quanto a posição da particula sondada e quanto as suas caracterisiticas. Ou seja, aumentando a energia, aumentamos a capacidade de “olhar” distancias menores. Porém, “em 1988 David Gross, então na Universidade de Princeton, e seu aluno Paul Mende mostraram que quando se leva em conta a mecanica quântica, o aumento progressivo da energia de uma corda não leva ao aumento progressivo da sua capacidade de sondar estruturas menores, o que constrata diretamente com o que acontece com uma particula puntiforme, eles verificaram que quando a energia de uma corda aumenta ela é inicialmente capaz de sondar estruturas de escalas menores, tal como uma particula puntiforme com alta energia. Mas quando a energia aumenta além do valor requerido para sondar estruturas na escala da distância de Planck, a energia adicional não produz resultados favoráveis. Ao contrário, ela faz com que a corda cresça em tamanho, o que diminui a sua sensibilidade para as distancias curtas”. Logo, chega-se a conclusão que se a partir de uma distancia minima (Escala de Planck) nada pode ser afetado, então concluimos que este algo é o ultimo tamanho mínimo possivel, logo é indivisível, pois tudo que diminui irá aumentar.

É difícil entender isso se olharmos as partículas elementares a partir da visão mecanicista que o próprio Descartes inaugurou e Newton colaborou muito, porém a partir da mecânica quântica percebemos que não existem essas particulas puntiformes, o experimento da fenda dupla é uma maneira fácil de entender, as particulas elementares podem ser tratadas como partículas ou como ondas, depende de como convem para a física, não devemos pensa-las como pequenos grãos (como fez Descartes), pois não é isso que elas são, logo as membranas não podem ser divididas nem no pensamento (se você estiver pensando certo).

Para quem quiser obter mais informações, coloquei um trecho do livro “Universo Elegante” de Brian Greene, acho interessante dar uma lida no link.

Se as membranas não podem ser divididas, então elas não tem partes e são indestrutíveis, perfeitas e também não podem ter sido “criadas”, ou seja, feitas a partir de materiais menores, dado que segundo Lavosier “Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, logo, elas sempre existiram, se elas sempre existiram elas são infinitas.

Logo se a ideia de infinito pode partir do ser, dado que este é composto por partículas (membranas) infinitas, então não podemos concluir de maneira alguma que a ideia do infinito seja uma “marca divina”, logo não há provas que Deus existe, e Descartes não conseguirá concluir mais nada do que: “Penso, logo existo”, e permanecerá no solipsismo."

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Filosofia, Linguagem e Subjetividade


A filosofia deve ser tratada como uma ciência, e uma ciência além de ter termos específicos não pode fazer uso de adjetivos.

Na ciencias exatas por exemplo, não vemos em nenhum lugar uso de adjetivos. A linguagem científica é objetiva, a filosofia, a mãe da ciência, a mãe da lógica deve ser objetiva, pois quando caimos na subjetividade não podemos concluir nada.

Quando queremos descrever uma cadeira, podemos descrever-la de duas maneiras:

A cadeira tem quatro pernas, um encosto, o banco tem o formato de um quadrado com 50 cm de lado e 3 cm de espessua e mas milhões de características.

E podemos colocar um conceito de valor, subjetivo, a cadeira é confortável.

Porém, confortabilidade é um conceito relativo ao ser, assim como todo adjetivo. Qualquer discussão filosofica perde o enfoque e consequentemente o escopo, ao ser reduzida a adjetivizações.

Os adjetivos são como a arquitetura de um prédio, é impossivel avaliar um prédio a partir de sua arquitetura, esta é totalmente subjetiva, se várias pessoas compararem a arquitetura de dois prédios, a opinião sobre o mais belo sera diferente. Porém se for comparado qual fundação suporta mais peso, se todos fizerem os teste devidamente, todos obterão a mesma resposta.

Filosoficamente fazer uso de adjetivos, ou seja cair na subjetividade é o mesmo que nadar contra a correnteza na mesma velocidade.

Linguagem e Sentimentos

É impossivel descrever um sentimento, uma sensação, pois esta é subjetiva ao ser, porém conseguimos nos comunicar, quando eu escrevo uma palavra que significa um sentimento, eu consigo transmitir algo para o receptor, logo existe um significado consensual, algo objetivo, uma mensagem que comum dentro da palavra, é isto que torna possivel a comunicação.
Por exemplo, quando eu digo: “Estou com dor no braço”, de maneira alguma eu consegui transmitir a sensação que estou sentindo, porém quem recebeu a frase, pode compreender em parte o que voce está sentindo, e essa compreensão é comum à todos.

A partir do momento que a sensação é subjetiva e relativa, tentar sintentizar a própria sensação se torna redundante e irrisório, e o objetivo se torna descrever a reação que a sensação causa no ser, porque esta pode ser definida objetivamente.

Se fosse definir dor usaria essa frase: “A dor é uma sensação desagradável que procuramos eliminar”. Eu não defini o que é sentir dor, pois não existe uma sensação comum, a dor depende do objeto que a causa e do sujeito que a sente, o mesmo acontence com os outros sentimentos, porém, podemos definir a reação objetivamente.

Poderia usar esse metodo e definir outros sentimentos, é um processo simples, porém não é o escopo desse texto fazer isso, estou interressado em definir o amor, um sentimento que sempre é muito discutido.

Conforme eu coloquei antes, e faço questão de repetir, é impossível definir como é estar amando, pois a sensação é relativa ao sujeito que ama e varia conforme o objeto amado. Dizem que os poetas são os que chegam mais perto de definir o amor, e eu digo que quem diz isso se iguala aos poetas e sua subjetividade, pois estes não chegam perto de defini-lo, nunca encontrei nenhum que definisse ou que chegasse perto de definir a sensação que eu sinto quando estou amando, o que eu vejo é o uso de metáforas e um jogo de palavras que mexe com os nossos sentimentos, mas não defini objetivamente o que é amar.

Filosoficamente, o que interressa é uma descrição objetiva, voltando no começo e usando o metodo que fiz para descrever a dor, temos: “O amor é um gostar elevado, não apenas querer estar junto, mas também querer preservar o objeto amado”.

domingo, 21 de setembro de 2008

Sonhei com você!

SOLIPSISMO (in. Solipsism; fr. Solipsisme, ai. Solipsismus; it. Solipsismo): Tese de que só eu existo e de que todos os outros entes (homens e coisas) são apenas idéias minhas. Os termos mais antigos para indicar essa tese são egoísmo (cf. WOLFF, Psychologia rationalis, § 38; BAUMGARTEN, Met., § 392; GANUPPI, Saggio filosófico sulla critica delia conoscenza, IV, 3, 24, etc), egoísmo metafísico (KANT, Antr., I, § 2) ou egoísmo teórico (SCHOPENHAUER, Die Welt, I, § 19). Kant empregou o termo Solipsismo para indicar a totalidade das inclinações que produzem felicidade quando satisfeitas (Crít. R. Prática, I, livro 1, cap. III; trad. it, p. 85); esse mesmo termo foi empregado para indicar o egoísmo metafísico por alguns escritores alemães da segunda metade do séc. XIX (cf. SCHUBERT-SOL-DERN, Grundlagen zu einer Erkenntnistheorie, 1884, pp. 83 ss.; W. SCHUPPE, Der Solipsismus, 1898; H. DRIESCH, Ordnungslehre, 1912, pp. 23 ss., etc). Freqüentemente, o Solipsismo foi declarado irrefutável, pelo menos com provas teóricas: tal era a opinião de Schopenhauer (loc. cit), muitas vezes repetida (cf. RENOUVIER, Les dilemmes dela métaphysique purê, 1901; A. LEVI, Sceptica, 1921; SARTRE, Vêtre et le néant, 1943, p. 284). Foi a aceitação (explícita ou implícita) dessa tese que por vezes levou a adotar o Solipsismo como ponto de partida obrigatório da teoria do conhecimento (cf., p. ex., DRIESCH, Op. cit., p. 23) ou como procedimento metodológico (SCHUBERT-SOLDERN, Op. CÜ., pp. 65 SS.). “ (1)



É comum ouvirmos de crianças o questionamento sobre a concretude da realidade. Não poderíamos estar sonhando? Será que você existe mesmo, ou faz parte do meu sonho?
Nós, adultos, costumamos estabelecer esta filosofia infantil como ilógica. Mas ela remete a um questionamento filosófico antigo e amplamente discutido, de uma razão estarrecedora: o solipsismo.

Qual a diferença entre estarmos sonhando e o mundo só existir em nossa mente? Se estamos sonhando, criamos toda a realidade, e não há necessariamente nada além dessa realidade. Ou seja, tudo existe em sua mente, apenas. Então, a realidade seria mesmo completamente subjetiva.

Mas esta subjetividade é não relativista, porque admite a existência de apenas um único sujeito criando toda a realidade, e não vários sujeitos, criando realidades próprias. Como inferir que há outros sujeitos, se sonhos são absolutamente próprios?

Um bom argumento contra a realidade dessa situação é o fato de que nossa imaginação é limitada. Sonhamos com o que experimentamos. Mas, então, teríamos que considerar que sonhamos objetivamente com o que vemos, e não é exatamente assim.

Por exemplo, se considerarmos que os deuses no decorrer da história foram criados. De onde teria surgido essa idéia? Não temos nenhuma elementação concreta para divindades. Os questionamentos e a sensação do exótico podem ter levado a criá-la, mas como criar algo que não existe em absoluto no campo das percepções? Como ter a idéia de abstração?

Nós temos a capacidade de unir idéias que ainda não se formaram totalmente e que, juntas, completam-se mutuamente. Estas idéias não-prontas nada mais seriam do que percepções incompletas, pensamentos abandonados, entre outras coisas. Quando estas idéias se unem, elas originam um elemento absolutamente diferente, que nos parece estranho. E isso dá a impressão de que aprendemos algo novo. Como num "insight".

Se A + B gera C, o C normalmente não é percebido como decorrente de A + B, por ser um elemento efetivamente diferente. É a capacidade combinatória do Witz, decorrente do conceito estabelecido por Freud.
(2)

Então, você pode estar agora lendo coisas sobre as quais não tinha pensado, mesmo sonhando.

Se considerarmos que você nunca esteve acordado, o A e o B podem ser pensamentos. A associação destes pensamentos soltos poderia criar a realidade percebida, através do Witz. E como quem criou a realidade teria sido você mesmo, todas as pessoas presentes no seu sonho compartilhariam dela, porque você as criou também como parte desta realidade.

Não há zero experiência, porque há a sensação de sua própria existência. A partir do momento em que você existe, há alguma coisa como ponto de partida. As idéias podem ter se combinado, e gerado novas, até estruturar toda a realidade.

Outra questão é a que o fim último desta hipótese seria "eu criei a realidade assim". Mas, do mesmo modo, um teísta pode responder a todas as perguntas com "Deus criou a realidade assim", e um ateísta poderia fazer alusão ao absurdo da existência, tirando o sentido conseqüente de qualquer outra coisa.

Se o "eu" faz parte do sonho, cai-se no problema de quem é o sujeito que está sonhando.
O sujeito que está sonhando deve ter criado a sí próprio (enquanto sujeito) e, a partir daí, criado a realidade onírica. O sujeito, portanto, é "Deus". A diferença é que, no caso, Deus seria você mesmo, enquanto indivíduo, e não algo externo a você. E chega-se ao mesmo problema existencial que temos com ou sem realidade concreta.

Isto não significa, entretanto, que você tenha controle sobre esta realidade. Como não tem controle total sobre o seu corpo ou sobre seus pensamentos. E também não significa que você necessariamente compreenda a estrutura de tudo o que foi criado, exatamente porque não tem controle sobre a sua mente. Seus próprios pensamentos não são controlados por você, seus sonhos não são controlados por você. Porque uma realidade criada em sua mente deveria necessariamente ser? Assim, você é obrigado a viver as regras da realidade que criou. Não tem como mudá-las.

E mesmo com esse impasse existencial, as questões sobre como se estrutura a realidade persistem.

Entretanto, mesmo sob o ponto de vista materialista, toda a nossa percepção da realidade se dá através dos sentidos e da lógica. Não dispomos de outras ferramentas para isso. Então, tudo o que é real e concreto tem sua parcela de subjetividade, porque a informação tem que ser processada em nosso cérebro, passa por nós. Concretamente, o que dispomos é de estímulos neuronais. Se esta resposta é em decorrência de um estímulo externo ou se ela é independente, a percepção é a mesma. Se tudo passa pela subjetividade, mesmo a sua idéia da existência dos outros, do social, é subjetivo. Remete a você.

Não há, portanto, como se provar que exista algo além de você mesmo.

Por outro lado, para determinar a existência de algo, deve-se partir do princípio de que este algo não existe, até que dê provas de sua existência. Não podemos provar que algo existe só porque não dá provas da inexistência, porque a inexistência não deixa provas!

Se eu te digo: existem gnomos no jardim. Como você vai fazer para descobrir se é verdade? Você vai procurar evidências desta existência. Se não há evidências, vai concluir que os gnomos não existem. Se não há provas da existência de uma realidade concreta fora da sua mente, não há, portanto, motivos para inferir sua existência.

O solipsismo pode, no entanto, promover um pensamento circular. Se o sistema de regras metafísicas só existem em sua mente, significa que eles não são reais concretamente. Mas para que você faça alguma inferência a respeito da realidade, é preciso usar premissas. E estas premissas devem ser obtidas a partir do que indubitavelmente é real. Portanto, se a realidade só existe em sua mente, suas premissas não são confiáveis. E se elas não são confiáveis, você não pode estabelecer que a realidade só existe em sua mente.

Mas se não há absolutamente nada além da realidade criada por sua mente, se só você existe, as premissas se tornam confiáveis. Afinal, o criado passa a ser concreto, porque é a única realidade existente. E qualquer inferência que você faça a partir da realidade usando suas premissas irá descrevê-la. Afinal, não há nada além daquilo que foi criado.

A grande questão que permanece é: se o solipsismo é de uma razão plena, porque “intuímos” que ele é absurdo?




Referências:


(1) ABBAGNANO, N. Dicionário de filosofia. São Paulo: Martins Fontex, 1998.

(2) CAVALHEIRO, F. Sincronicidade e Witz. Rubedo – Revista de Psicologia Junguiana e Cultura, 3: 9, 2001.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Moda e Adaptação


Analisando as sociedades primitivas, vemos que o uso de adornos definia a posição do individuo na tribo, desde os primórdios, muito antes do capitalismo estar na moda, usar roupas ou adornos dificies de se conseguir (hoje são os caros) era algo procurado pelo ser humano.

Hoje há uma "mistura" de modas, ou seja, há diversos grupos que se vestem de maneira diferente e que convivem na mesma sociedade, claro que há a moda “principal”.

Percebo que instintivamente o ser humano tem a necessidade de querer se enquadrar socialmente, não digo no grupo “principal”, mas em qualquer grupo.

Se o individuo não se preocupa com a moda, é apenas uma maneira de ele mostrar como ele se porta perante a sociedade, ele quer mostrar para os outros que ele não se importa com os valores sociais, querendo se destacar.

O ser humano tambem tem essa caracteristica, querer se destacar, mas tambem tem a caracteristica de querer se enquadrar, mas percebe que o destaque visa o enquandro, o individuo quer se destacar para ser admirado por ter personalidade.

É possível que primitivamente não existissem individuos que resolviam se vestir completamente diferente, porque ele não seria aceito por um grupo diferente, pois não havia um grupo diferente.

Mas a partir do momento que ir contra a sociedade e seus valores te trará aceitação em determinado grupo, então é interressante para ser aceito.

Porém, todos se preocupam com a aparencia, uns preferem transparecer, outro preferem aparecer.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Lógica, Dialetica, Movimento e Causalidade no Inicio do Universo

A teoria do Big-Bang, é a teoria de que o universo surgiu de um ponto inicial, que continha todo o conteúdo do universo inclusive o espaço e o tempo, e que “existia” no meio do nada. E de repente, esse ponto começa a expandir até chegar no que temos hoje.

As observações feitas pelo telescópio Hubble indicam que o tecido espacial está se estirando, logo voltando no tempo o tecido espacial estaria cada vez menor (e com uma densidade maior), até voltar para um ponto, indicando dessa maneira que o nosso Universo teve um começo.

Filosoficamente e logicamente é inconcebível pensar numa criação do universo a partir de um ponto no meio do nada. Como disse Heráclito “Tudo Flui” e Lavosier “Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Sem contar que a “explosão” precisaria de uma causa, mas para haver uma causa deveria existir o tecido espaço-tempo antes da explosão, mas este “nasceu” junto com a explosão, logo esta teoria do grão primordial vai contra o princípio da causalidade.

A Teoria-M traz uma ideia de que existem múltiplos universos sendo cada um uma membrana, e que o Big Bang teria sido o choque entre dois universos (duas membranas). Me parece uma teoria lógica, porque ao mesmo tempo que ela não esbarra nas observações feitas esta também tem dialética e movimento.

Para concebermos o ponto teríamos que acreditar que este estava parado, e isso não me parece ser possível. Pois tudo está em movimento, em transformação, não existe nada parado e penso que não existe o nada.

Tendo um conjunto de Teorias que tentam explicar certos aspectos do nosso universo, tanto no micro, como no macro, ou como na singularidade, sendo todas essas teorias apenas especulações, penso que a Teoria-M, por apresentar dialética e movimento, sem contar com as suas previsões matemáticas, se aproxime mais da realidade.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

A idéia de Deus

Deus existe ao menos como idéia. Se não, não se discutiria tanto sobre Ele. Quem discute, discute sobre algo. E este algo, a princípio, é uma idéia.

Os teístas colocam a fé como prerrogativa necessária para "aceitar Deus". "Aceitar Deus" é ter fé. Não é preciso ter fé para aceitar a existência de algo concreto. Portanto, esta prerrogativa confirma a existência de Deus situada apenas no plano das idéias. Existir como idéia é uma existência.

Se existe apenas como idéia, trata-se de algo que por sua própria natureza não pode ser provado empiricamente. Portanto, provar a inexistência de Deus apenas confirma sua existência. Ou seja, confirma que para "aceitar Deus" é preciso ter fé. É claro, porque quem busca provar Sua inexistência não tem fé, e, portanto, Deus não se mostrará.

Há, ainda, a premissa de que Sua existência não pode ser provada. Então, não encontrar evidências da existência de Deus não significa que Ele não exista.

Por outro lado, é impossível provar a veracidade da inexistência de algo, porque a inexistência não deixa rastros. Alguém só pode provar que não há evidências desta existência. Mas o fato de não haver evidências não significa necessariamente que algo não exista.

Volta, portanto, dentro da lógica, à questão da fé. Há a existência na forma de idéia. Se esta idéia faz sentido para alguém, então Deus passa a ter uma existência mais concreta para este alguém. Se a idéia não faz sentido, Deus passa a ter existência como uma idéia alheia.

Mas Deus sempre existe, seja como idéia própria, seja como idéia alheia.

Do ponto de vista materialista, uma idéia corresponde a um estado físico. Portanto, se Deus é uma idéia, Ele existe fisicamente.

Se Ele existe como uma idéia, Ele é onisciente. Claro, Ele está na mente, e a mente “sabe” tudo o que o indivíduo fez – pois ela é a própria consciência.

Do mesmo modo, Ele é onipresente.
Podemos interpretar que o mundo está mesmo em nossa mente, como materialistas, porquê a única coisa que nos faz perceber o mundo são as conexões neurais. Assim, eu não posso saber com certeza que esta mesa existe fora da minha mente. Afinal, a “mesa” que percebo é um estado físico no meu cérebro. A mesa, então, é onipresente, porque está em minha memória. E não há uma diferença real entre eu perceber a mesa e eu me lembrar da mesa. Apesar da sensação ser diferente, ambos os casos correspondem a estados cerebrais – portanto, têm a mesma natureza. Assim, sempre que eu me lembrar da mesa, de alguma forma ela estará lá. O mesmo se dá com Deus, pois Ele é uma idéia que está na memória. Sempre que se fizer algo em Seu nome, Ele estará lá.

Deus também é onipotente. É diferente de uma mesa, pois a mesa não é considerada onipotente, apesar de ambos existirem como idéia. Mas o homem é feito à imagem e semelhança de Deus. Deus é perfeito, e o homem não. Portanto, a idéia de Deus corresponde ao ideal do homem de perfeição. A maior frustração humana são seus limites. Se Deus é perfeito, não tem limites. Portanto, Deus só pode ser onipotente. E Sua onipotência é demonstrada quando todos os eventos são colocados sob a luz da lógica. Quando usamos da lógica, todas as coisas têm um sentido. Ou quase todas. Assim, a onipotência de Deus é percebida quando associamos á lógica à esta idéia. Quando não conseguimos entender, afirmamos que Deus escreve certo por linhas tortas – ou seja, intuo que há uma lógica subjacente no evento, mesmo que eu não a compreenda.

Portanto, Deus existe, tem uma existência física subjetiva, é onipotente, onipresente e onisciente, o homem existe sob sua imagem e semelhança, e é perfeito, apesar de nem sempre compreendido. Assim como prega a bíblia.

Livre-arbítrio II


Analisando o ser humano de maneira cética, ou seja, esquecendo a possibilidade de termos espíritos ou almas e olhando para nós como um amontoado de atómos no espaço-tempo. Não existem escolhas.

Se jogarmos uma maça para o alto e soubermos todas as variáveis que influem no comportamento da maçã somos capazes de calcular a trajetória da mesma. A diferença entre uma maça e os processos internos de um cérebro é que o segundo é muito mais complexo que o primeiro.

Ainda não conseguimos reduzir toda a biologia em química e toda a química em física. Mas o que podemos dizer é que tudo são processos físicos e esses são determinados pela historicidade e podem ser previstos se soubermos todas as variáveis.

Uma maneira de entender é analisar a possibilidade que vem sendo considerada do teletransporte, um transporte que não estivesse condicionado com a distância ao lugar que desejamos ir, seria a desintegração de um corpo em um lugar, durante esse processo seria codificado todo o corpo (ou objeto), as informações (a codificação) poderiam ser transmitidas através do entrelaçamento quântico e o corpo seria "montado" em outro lugar.

Se somos apenas algo no espaço-tempo entre o micro e o macro, nossas escolhas são ilusórias.