Conforme já coloquei no texto “Fugindo do absurdo e entrando na roda do espaço-tempo” (pré-requisito para ler este), a única possibilidade lógica para o tempo é este ser cíclico.
Algumas considerações que devem ser feitas perantes alguns argumentos contra o tempo ciclico é que:
Se o tempo é ciclico, logo ele dá infinitas voltas, logo ele é um absurdo.
Vamos analisar mais profundamente isso, como diferenciamos um momento? Um momento é diferente do outro, se o estado espacial de qualquer ente do mundo for diferente.
O que chamamos de repetição? Repetir, é fazer a mesma coisa espacialmente, porém em momentos temporalmente diferentes, ou seja, a repetição pode ser contabilizada, pois há uma diferença entre as repetições, essa diferença é o momento temporal.
No caso do tempo ciclico, não é uma repetição é uma peretição, ou seja, não há diferença nenhuma, logo é uma volta, não várias, logo não podem ser contabilizadas como mais de uma, pois só é possivel contar coisas diferentes, se é a mesma é impossivel.
- Relatividade Restrita e Geral
Analisando o tempo como cíclico percebemos que um plano bi-dimensional não é capaz de descrever o tempo após a revolução feita a partir da Relatividade Geral, onde o tempo é relativo, depende de certos fatores fisicos (velocidade, campo gravitacional) que envolve cada observador.
Logo se conclue que o tempo não pode ser cíclico, o tempo deve ser necessariamente esférico, porém uma esfera fixa, conforme demonstrado no desenho abaixo:
Se conclue que se aumenta a velocidade diminui o dτ.
Essas formulas valem para a relatividade restrita, para a geral deve ser ascrecentado a influencia do campo gravitacional. [1]
- Principio da Incerteza de HeisenBerg
O tempo esférico conclui que tudo deve ser necessariamente determinado, pois tudo se perete, logo não pode haver nenhum comportamento espacialmente diferente.
O Principio da Incerteza diz que é impossivel se determinar a posição ou o momento de uma particula, mas isso ocorre porque para “olharmos” uma particula influenciamos no seu comportamento[2], a partir do experimento da fenda dupla concluimos que quando não lançamos o feixe de fotons sobre a particula esta se comporta como uma onda. Se a particula se comporta como uma onda, de maneira nenhuma o tempo esférico está ameaçado.[3]
Aqui podemos entrar numa discussão realistas x positivistas, mas esse não é o cerne da questão, devemos ter em conta o que observamos e o que observamos indica que é uma onda.
Mesmo indo para o lado dos realistas poderia caminhar ao lado de David Bohm e das variáveis ocultas [4], e o tempo esferico continua inabalado.
- Expansão do Universo
Segundo as observações do telescopio Hubble[5] o universo está em expansão, como o tempo esférico pode ser possivel? Nossa visualização do tempo é minuscula, observamos apenas um pequeno arco do circulo inteiro, logo as observações feitas perante o futuro ou o passado do universo não podem ser levadas em conta.
Mesmo desconsiderando o paragrafo anterior, desconhecemos totalmente a causa do Big Bang, existem teorias como a do Big Crunch ou a Teoria-M que se encaixam com o tempo esférico.
- Passado e Futuro
No tempo esferico não existe passado nem futuro, se analisarmos a esfera toda, porém estamos em apenas um pequeno “arco” desta, se nossas observações vêem de um arco, é óbvio percebemos passado e futuro.
Referências:
[1] Spacetime and Geometry: An Introduction to General Relativity
autor: Sean Carroll
editora: Addison Wesley
isbn: 0805387323
[2]http://pt.wikipedia.org/wiki/Princ%C3%ADpio_da_incerteza_de_Heisenberg
[3] http://pt.wikipedia.org/wiki/Experi%C3%AAncia_da_dupla_fenda
[4] David Bohm, “A Totalidade e a Ordem Implicada”
Tradução MAURO DE CAMPOS SILVA
Revisão Técnica NEWTON ROBERVAL EICHENBERG
EDITORA CULTRIX
São Paulo
Título do original: Wholeness and the Implicate Order
Copyright © David Bohm 1980 Publicado originalmente por Routledge & Kegan Paul Ltd.
[5] http://eprintweb.org/S/article/arxiv/0807.0535