quinta-feira, 31 de julho de 2008

O Nascimento da Monogamia Masculina


O “nascimento” da monogamia masculina está totalmente ligado ao “nascimento” dos “Dez mandamentos”.

“A história de José, um dos filhos de Jacó, narra como os israelitas foram parar no Egito, onde foram escravizados pelos faraós. A Bíblia conta de que maneira Moisés os tirou dali e, depois de quarenta anos errando no deserto, levou-os a Canaã, a Terra Prometida. Durante a travessia do deserto Deus — Javé — deu a Moisés, no monte Sinai, as duas tábuas da Lei com os dez mandamentos a que os israelitas deveriam obedecer. Dessa forma, fez-se um pacto segundo o qual os israelitas deveriam reconhecer a existência de um só Deus, e em troca se tornariam o povo escolhido de Deus. Receberiam sua ajuda e seu apoio, desde que cumprissem o que lhes cabia no acordo e obedecessem às leis de Deus.” (1)

Os Dez Mandamentos foram criados ou “enviados” por Deus para ter um maior controle da sociedade e criar uma maior união entre todos os seus membros.

Dez Mandamentos:
1°) AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS
2°) NÃO TOMAR SEU SANTO NOME EM VÃO
3°) GUARDAR DOMINGOS E FESTAS DE GUARDA
4°) HONRAR PAI E MÃE
5°) NÃO MATAR
6°) NÃO PECAR CONTRA A CASTIDADE
7°) NÃO ROUBAR
8°) NÃO LEVANTAR FALSO TESTEMUNHO
9°) NÃO DESEJAR A MULHER DO PRÓXIMO
l0°) NÃO COBIÇAR AS COISAS ALHEIAS (2)

- Segundo o Vaticano, no Artigo 7:

1609. Na sua misericórdia, Deus não abandonou o homem pecador. As penas que se seguiram ao pecado - «as dores do parto» (Gn 3, 16), o trabalho «com o suor do teu rosto» (Gn 3, 19) - constituem também remédios que limitam os malefícios do pecado. Depois da queda, o matrimónio ajuda a vencer o fechar-se em si mesmo, o egoísmo, a busca do próprio prazer, e a abrir-se ao outro, à mútua ajuda, ao dom de si.

1610. A consciência moral, relativamente à unidade e indissolubilidade do matrimónio, desenvolveu-se sob a pedagogia da Antiga Lei. A poligamia dos patriarcas e dos reis ainda não é explicitamente criticada. No entanto, a Lei dada a Moisés visa proteger a mulher contra o arbitrário domínio por parte do homem, mesmo quando a mesma Lei comporta também, segundo a palavra do Senhor, vestígios da «dureza do coração» do homem, em razão da qual Moisés permitiu o repúdio da mulher (Cf. Mt 19, 8; Dt 24, 1).

1611. Ao verem a Aliança de Deus com Israel sob a imagem dum amor conjugal, exclusivo e fiel (Cf. Os 1-3; Is 54; 62; Jr 2-3; 31; Ez 16, 23), os profetas preparam a consciência do povo eleito para uma inteligência aprofundada da unicidade e indissolubilidade do matrimónio(Cf. Mal 2, 13-17). Os livros de Rute e de Tobias dão testemunhos comoventes do elevado sentido do matrimónio, da fidelidade e da ternura dos esposos. E a Tradição viu sempre no Cântico dos Cânticos uma expressão única do amor humano, puro reflexo do amor de Deus, amor «forte como a morte», que «torrentes da água não conseguem apagar» (Cant 8, 6-7).(3)

Os trechos que coloquei em negrito são importantes para perceber a união que foi criada entre os indivíduos dessa sociedade e o aumento do controle e do poder por parte dos reis privando os cidadãos dos seus desejos naturais. Essas leis ou mandamentos foram extremamente importantes para poder sobreviver durante quarenta anos no deserto.
A Páscoa Judaica está relacionada com a passagem dos hebreus pelo Mar Vermelho, onde liderados por Moises, fugiram do Egito (4). Toda essa históra foi “endeusada” e se tornou um mito, pois foi uma grande conquista desse povo.

Referências:

(1) Gaarder, Jostein; Victor Hellen e Henry Notaker – O Livro das Religiões
(2) http://vindeespiritosanto.vilabol.uol.com.br/verdades.htm

(3) O sacramento do matrimônio. http://www.vatican.va/archive/catechism/part_2/documents/cathechism_part-2-section-2-chapter-3-art.-7_po.html
(4) http://en.wikipedia.org/wiki/Passover

O Nascimento da Monogamia Feminina


A monogamia não possui justificativas biológicas consistentes para a sua existência. Onde teria se originado, então, esta prática? Todos os seres vivos possuem características não necessariamente restritas a seus genes. O fenótipo é a interação do genótipo com o ambiente. O ambiente certamente inclui os costumes sociais. E diversas espécies são sociais. A nossa não se exclui.

As origens de nosso comportamento social estão muito interligadas com a história da civilização humana. Nas comunidades primitivas, existiam os chamados “casamentos de grupo”, onde todas as mulheres pertenciam a todos os homens, e vice-versa, dentro de um grupo restrito. Estes povos ignoravam o mecanismo da procriação. Acreditavam que esta era uma função inerente à mulher, que seria capaz de gerar a prole sem necessidade de uma intervenção exterior. A religião praticada por estes povos da antiguidade denomina-se ctonismo (do grego cton – terra), onde havia o culto da terra fecunda. Estas sociedades são consideradas matriarcais pela grande importância dada à capacidade feminina de gerar.

Neste período, os bens, que em sua maior parte eram compartilhados pelo grupo, ficavam com a sua mãe e seus parentes, e não com os seus filhos, pois estes pertenciam à mãe. O direito dos filhos era totalmente materno.

A fêmea humana passou a perder seu “prestígio” com a descoberta da necessidade de fecundação masculina para a reprodução. Isto ocorreu paralelamente ao desenvolvimento da agricultura e do pastoreio, seguido da escravidão. Portanto, se deu em um momento que a idéia de posse se estabelecia. O homem, sabendo de sua condição de procriador, passa a considerar a mulher como sua propriedade, já que as posses deveriam ser repassadas para seus filhos. O desmoronamento do direito materno foi a grande derrota histórica do sexo feminino em todo o mundo, estabelecendo-se uma sociedade poligâmica patriarcal.


No estabelecimento desta nova sociedade, as leis e os valores religiosos são então utilizados:

A primeira vez em que este padrão de comportamento sexual foi registrado na civilização ocidental em códigos legais foi entre 1800 e 1100 a. C., em cidades da antiga Mesopotâmia (vale do Rio Tigre e do Eufrates). As partes desses códigos que se referiam à posição legal e aos direitos e deveres das mulheres diziam que elas tinham que manter sua virtude, da mesma maneira como pensavam os outros povos agrários. Foi a primeira evidência escrita da subjugação da mulher nas sociedades agrícolas da antiga Mesopotâmia, na qual as mulheres eram consideradas bens e propriedades. Esta inferioridade das mulheres com relação aos homens tem relação com o advento do arado na produção de alimentos. Antes, as pessoas utilizavam a enxada e as mulheres realizavam a maior parte do trabalho no campo, mas com o surgimento do arado, em torno de 3000 a.C., que necessitava de uma força muito maior para ser usado, os homens passaram a ficar com a maior parte das tarefas agrícolas. Com a invenção do arado as mulheres perderam seu antigo papel de coletoras e provedoras de alimentos, passando a ser inferiores aos homens.

Nos valores morais religiosos, há relatos de que, entre 516 a.C. e a destruição de Jerusalém pelos romanos em 70 d.C., os costumes sexuais judaicos passaram a ser cada vez mais identificados com as leis de Deus. Até então, no judaísmo, poucas práticas sexuais eram consideradas imorais. Aos homens, ao contrário das mulheres, era permitido livre acesso às prostitutas, concubinas, viúvas, criadas domésticas, etc.


No Oriente Médio, na época de Maomé, e até hoje, dentro do islamismo, a mulher só podia ter um marido, ao passo que os homens podiam ter até quatro esposas. O marido também tem o direito de punir fisicamente a esposa se ela for desobediente. "Quanto àquelas de quem temes desobediência, deves admoestá-las, enviá-las a uma cama separada e bater nelas", diz a sura 4.

Nas religiões judaicas, com o advento do Cristianismo, a virgindade passou a ser mais exaltada, a poligamia abolida e as relações sexuais permitidas apenas para a procriação. A castidade passa a ser essencial para ambos os sexos e o casamento é investido de significado sacramental e simbólico A monogamia era a única forma aceitável de casamento e o Novo Testamento menosprezava o concubinato. Isto está associado ao fato de que, nos séculos posteriores a Jesus, alguns líderes cristãos tornaram-se hostis ao sexo. O celibato, porém, só foi oficialmente imposto ao clero cristão no século XI e a abstinência sexual foi se vinculando cada vez mais a Deus e o adultério ao pecado, tanto para homens como para mulheres.



Referências:


ARMAND, E. Os crimes passionais e o tartufismo sexual. Novos Tempos, n. 1, 1998.

ENGELS, F. Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado, A.. P. imprenta: Rio de Janeiro, 1964.

FISHER, H. E. Anatomia do Amor: a história natural da monogamia, do adultério e do divórcio. Rio de Janeiro: Eureka, 1995.

GAARDER, J. O livro das religiões. São Paulo:Companhia das Letras, 2000.

GIDDENS, A. A Transformação da Intimidade: sexualidade, amor e erotismo nas sociedades modernas. São Paulo: Editora Unesp, 1993.


sábado, 19 de julho de 2008

Instintos Monogâmicos?


Tradicionalmente, considera-se que a infidelidade seja uma característica masculina, e que as mulheres tendem à monogamia. Há, ainda, quem coloque que as mulheres "adúlteras" contrariam a sua própria natureza.

Existem justificativas de cunho biológico para essa afirmação primordialmente sexista:

Os homens podem fecundar várias mulheres ao mesmo tempo. As mulheres dispendem muito mais energia para a reprodução, já que precisam desenvolver a gravidez durante 9 meses, amamentar a criança e não têm como se isentar da responsabilidade pela criação, se quiserem garantir a sobrevivência da prole.

Já o homem pode se responsabilizar pela criação de filhos de mulheres diferentes. Isso é interessante biologicamente, porque, ao terem várias mulheres, os homens geram crianças com maior diversidade genética, otimizando as chances de seus genes serem fixados ao ambiente.

Enquanto isso, a mulher procura o parceiro ideal, em função do gasto energético. Ela seleciona o macho com as características que considera mais adequadas, e investe na possibilidade de que este parceiro será capaz de lhe dar uma prole com capacidade adaptativa.

Entretanto, essa justificativa é unilateral.

Por mais que a mulher deseje segurança para esta prole, também deseja variabilidade. A diversidade genética é importante para a sobrevivência da espécie como um todo, não apenas de um dos sexos. É interessante, também para a fêmea, que seus filhos tenham constituições genéticas as mais diferentes possíveis. Então, a mulher deseja constância e variabilidade.

Conclusão? Por mais que a mulher tenha tendências à monogamia, também esta está "predisposta" ao adultério. Ao mesmo tempo que a fêmea seleciona os machos com as características que ela considera capazes de prover a maior adaptação ao meio possível, é interessante que a prole tenha genes variáveis entre sí.

Ora, a "intenção" contida na reprodução é perpetuar seus próprios genes. Se toda a prole for homogênea, apesar de suficientemente adaptada ao meio, ela pode não resistir à qualquer alteração ambiental. Com a variabilidade, a fêmea procura garantias de que, mesmo que o ambiente mude, ao menos parte de sua prole terá chances de sobrevivência, conseguindo, assim, fixar seus próprios genes na população.

É claro que o gasto energético feminino para a reprodução é maior, e portanto, elas são mais seletivas. Mas o fato de serem seletivas não inclui necessariamente a idéia de um macho apenas ser selecionado, mas os machos que ela considera interessantes para contribuírem para a tarefa.

Historicamente, podemos perceber que isto é verdade. A instituição da monogamia, e dos valores como virgindade, foi essencialmente masculina, com o objetivo de assegurar-se da paternidade dos filhos. Se a fidelidade feminina fosse algo inerente, estas "regras" não seriam necessárias.

A conclusão da idéia é que a monogamia estabelecida não é natural, do ponto de vista biológico. Além disso, do mesmo modo que a fidelidade é um "sacrifício" aos desejos inerentes ao homem, o mesmo ocorre com a mulher.

O ciúmes, colocado como uma possível prova de nossa natureza monogâmica, tem um viés cultural e instintivo, já que a própria posse os tem. O sentimento de posse tem um valor adaptativo, porque significa a apropriação de um território necessário para a sobrevivência. O território abrange o sustento (com tudo o que se relaciona a isso), o espaço e as opções escolhidas para a procriação. Se o território é invadido, estamos inseguros; nossa sobrevivência ou perpetuação gênica estão ameaçados. O invasor implica em dispender energia na concorrência, e pode significar a perda do território. A perda deste significa que teremos que buscar em outros lugares os meios necessários, entrando em competição. Ou seja, dispendendo energia e com o risco de não sermos bem sucedidos. O ciúmes é o sentimento contrário à invasão deste território, sentimento necessário para a preservação deste.

O Prazer pela Música

Os homens que apreciavam ou não certas frequencias sonoras sobreviviam e obviamente transmitiam o prazer ou o desgosto por essas frequencias. Os que tinham prazer ao ouvir o canto dos pássaros em geral, o barulho da água, do vento na vegetação, entre outros sobreviviam pois estes sons representam condições interessantes para a sobrevivência. Os pássaros, porque se eles estão presentes significam alimento e ausência temporária de predadores. A água e a vegetação, um local com recursos naturais necessários para a sobrevivência. Paralelamente, sons agudos lembram "choro", gritos, ganidos, ou seja, expressões de sofrimento, que foram associados a algo desagradável porque indicavam a existência de algum possível risco ao redor. Assim como o barulho do vento muito forte ou dos trovões que indicava tempestades.

Os homens começaram a fazer certos barulhos ao bater na coisas. Os barulhos que eram parecidos com os sons encontrados em ambientes ideais eram agradáveis e ao mesmo tempo exótico, pois eram de certa forma diferente e atiçavam a procura por novos barulhos, fazendo dessa maneira com que o homem descobrisse mais o ambiente e as coisas ao seu redor. Descobrindo novos sons e os misturando “nasceu” as musicas que eram usadas como um meio para se comunicar com os deuses, pois os sons eram exoticos (desconhecidos) e os deuses também.

A musica como um culto para os deuses foi uma forma de sair do mundo real e entrar no mundo mistico (evitando o stress), durante esses cultos ocorria danças, que eram apreciadas pois eram exercicios fisicos, brincadeiras, e proporcionavam uma maior ligação entre os membros da tribos, tanto eroticamente (aumentando a reprodução) como na forma de amizade (aumentando a união durante as batalhas).

Depois, mesmo com o advento das palavras, os sons continuaram evoluindo como uma linguagem paralela. Isso porque, com a evolução do cérebro e do conhecimento, as palavras não possibilitariam a comunicação de algo abstrato. Então, por um processo cultural, estes sons se transformaram na música como conhecemos, com toda a sua complexidade, já que proporcionam prazer ao ouvinte.

Percebemos que a musica hoje tem basicamente duas características importantes, pode ser usada para transmitir uma mensagem e/ou para dançar, sendo que é corolário as frequências serem agradáveis.

As frequências consideradas agradaveis variam de individuo para individuo, pois variam conforme o ambiente. Se voce crescer ouvindo um tipo de musica e considerar o ambiente que voce cresceu adequado (adaptado) voce irá gostar daquele tipo de musica. Um exemplo de explicar isso é perceber que conforme aumentou os barulhos nas cidades, as musicas consideradas barulhentas foram sendo aceitas como agradaveis.

O gosto por certo tipos de frequencias, conforme os exemplos que coloquei no primeiro paragráfo, foram herdados, mas o meio nos influencia, pois foi este que fez a seleção de certas frequencias que são comuns para todos nós.

O Prazer pelos Objetos


Os objetos inicialmente foram criados para auxiliar, eram ferramentas, utensílios, não eram usados para decorar. Os adornos foram os primeiros objetos que tinham como escopo a decoração.

Os primeiros adornos foram ossos, dentes ou pedras exóticas, os individuos que os usavam eram os que tinham habilidade de caçar e explorar o terreno e as mulheres que tinham prazer pelos adornos, se reproduziam com esses indivíduos transmitindo o prazer pelos adornos e a habilidade de caça, logo aumentando a probabilidade de sobrevivência e reprodução dos seus filhos.

Os adornos belos eram os dificieis de conseguir, mas eram conhecidos, como dentes de tigres, que eram um premio para o individuo. Os exóticos, eram os diferentes, desconhecidos, percebemos denovo a relação entre o exotico e o mistico, pois os adornos mais exoticos eram utilizados como talismã protetores ou peças com "poderes especiais" que só podiam ser usados por determinadas pessoas, aquelas que pertenciam a determinadas classes sociais.

Até hoje usamos adornos (colares, pulseiras, brincos, roupas) e esses influenciam no conceito de beleza. As diferentes formas ou desenhos dos adornos são ditados pelo meio. A beleza dos adornos são influenciadas também pelo material que os compõem, se vemos um colar de plástico pintado de prata acharemos esse mais feio que um colar de prata que tem a forma idêntica do outro.

Decoramos a nossa casa com objetos para nos sentir bem, achar que estamos num ambiente adaptado, da mesma maneira que nos vestimos de acordo com o que consideramos belo.

Os desenhos e formas dos objetos, podemos até considerar aqui a arquitetura dos prédios e casas, são influenciados pela ciência, que ao fazer descobertas possibilita novas formas.

Existem objetos que são ferramentas ou utensilios, esses tem como escopo acelerar ou facilitar algum processo humano, não devem ser belos pois têm outro objetivo."

O Prazer pela Arte


Conforme podermos ver na figura acima as primeiras “obras de arte” foram bem simples. Porque o prazer pela arte foi algo que “nasceu” no animal ser humano e permaneceu?

Os desenhos nas cavernas estão associados com o conceito de arte e linguagem ao mesmo tempo, toda a arte tem como fundo transmitir alguma mensagem, isso é explicito no cinema, teatro, quadros, músicas entre outros. Os que tinham prazer pela arte eram os que conseguiam desvendar o que o artista vivenciou e desenhou tendo assim um maior conhecimento sobre o mundo, ou seja, saber o que é um búfalo antes de se encontrar com ele, estar prevenido. Os que tinham prazer em observar os desenhos, ficavam mais tempo os observando, logo tinham maior probabilidade de aprender antes de se deparar com certas situações aumentando as chances de sobrevivência e transmitindo essas características para os seus filhos.


Mas ao mesmo tempo podemos enxergar um outro lado, o desenho cria uma situação ("mundo") onde o homem vence o animal terrível. Existem explicações que dizem que o pintor paleolítico ao desenhar o animal imaginava ganhar poder sobre o mesmo. Logo a arte teve um outro escopo, seu objetivo era criar um mundo fora da realidade crua, da realidade cruel, dessa maneira diminuindo o estresse do mundo real mandando o individuo para um mundo metafísico proporcionando mais segurança e confiança. Os desenhos hoje criam super-hérois, as esculturas fazem “santos”. A arte (música, novelas e outros) no Brasil por exemplo, faz com que o povo esqueça o que realmente acontece no país, a arte que dá energia e força para os pobres desse país cruel. Os indivíduos que conseguiam se livrar do estresse tratavam a vida com mais calma e mais alegria, sendo mais sucedidos na caça e nos relacionamentos pessoais, logo aumentando a probabilidade de sobreviver e reproduzir.

Percebemos que a arte foi essencial para o homem, como linguagem e como criação de mundos metafísicos.

O Prazer pelo Exótico

Exótico é algo diferente, desconhecido que atiça a nossa curiosidade, que nos atrai. O exótico é individual, pois o diferente, desconhecido é individual. Porque temos curiosidade (desejo de saber, de ver, de conhecer, de se instruir;)?

Os bebes tem maior curiosidade porque eles conhecem menos que os adultos e quando vêem algo que considerem exótico, tem vontade, desejo de conhecer. Pode ser um objeto por exemplo, principalmente se estamos mexendo com ele, a criança chora até conseguir pegar no objeto e o analisar.

Conforme vamos crescendo vamos perdendo a curiosidade, pois vamos conhecendo as coisas. E as “coisas” vão deixando de ser exóticas e passam a ser normais.

Os individuos que sentiam prazer no exótico, eram os que faziam novas descobertas e procuravam descobrir as coisas, logo tinham maior chance de sobreviver e reproduzir o “prazer pelo exótico” para suas crias.

Por isso que temos prazer ao ver um por ou nascer do sol, são nessas horas que o sol fica na nossa direção e mais longe da terra (os raios solares são mais fracos). É no crepúsculo do sol que temos a oportunidade de o olhar e temos prazer nisso, pois ele tem seu lado exótico, pois por mais que o vemos todos os dias e sabemos o que é o sol ainda temos curiosidade, pois associamos o sol ao cosmo. Antigamente quando não o “conheciam” ele era um Deus. Pode se dizer o mesmo para uma noite estrelada, uma aurora boreal entre outros.




Peço que analisem as fotos que coloquei acima. Vocês notam uma diferença entre os dois pôr-do-sol? Entre o céu estrelado e a aurora boreal? Quando mais diferente, desconhecido não é maior a atracão, o prazer?

Quando vemos a foto da praia nos sentimos atraídos por ela, isso acontece porque o cérebro interpreta a foto como um lugar ideal para se viver.


Mas não é isso que acontece com a foto da Antartica, sentimos prazer em ve-la também, mas não porque a achamos bela e sim porque a achamos exótica, diferente, desconhecida e temos curiosidade em conhece-la. Esse fator foi essencial para a convivência dos seres humanos, se isso não acontecesse todos viveriam em lugares quentes perto das praias ou dos rios, não existiriam vikings, nem esquimós. O prazer em descobrir novos lugares foi essencial para diminuir a concorrência pelo nicho e impulsionar um deslocamento humano.

O belo, assim como o exótico, nos atrai e nos dá prazer, mas isso acontence pois o belo é algo “bem adaptado” (diferente do exotico), os individuos que sentiam prazer pelas coisas “bem adaptadas” sobreviviam.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Sobre a Flor e a Barata



No texto sobre Beleza foi colocado que a simetria e a harmonia (proporção) influem nos nossos conceitos de beleza e partindo do principio óbvio que o belo atrai e o feio repeli, percebemos que essas característica foram essenciais para a sobrevivência dos seres vivos.

É de conhecimento de todos que a flor é um órgão encontrado em certos tipos de planta e a sua função é a reprodução. Algumas flores precisam dos insetos para espalhar os polens, então elas tem que ser belas (ter simetria e harmonia), para atrair os insetos e assim a reprodução ser bem sucedida. As flores que eram belas eram as que atraiam os insetos se reproduzindo mais e transmitindo essa simetria e harmonia.

Alguns animais são considerados fofos (diferente de belo), pois tem características similares a de um nenê, como olhos grandes e formas arredondadas. Os homens que tinham prazer ao ver um nene cuidavam mais deles aumentando a chance de sobrevivencia da sua cria e automaticamente transmitindo essa caracteristica.


O feio pode ser dividido em duas categorias: repugnantes e feios. Os repugnantes são os que transmitem doenças como as baratas, aranhas, morcegos, ratos entre outros, os indivíduos que sentiam repulsa sobreviviam, pois não adquiriam doenças. Os feios são os que não tem simetria e harmonia, pois associamos essas características a doença, deformidade.

Percebemos que os nossos conceitos de feio e belo não são algo que “escolhemos”, mas que foram ditados pela natureza. Ou alguém acha uma barata bonita e uma flor feia?

Beleza


Para algo ser belo deve automaticamente ter simetria e harmonia, mas não é apenas isso que influencia no conceito de beleza.

No século XVII para a mulher ser considerada bela ela tinha que ser gorda, só as ricas eram gordas, estas não trabalhavam e tinham condições financeiras para isso. A mulher considerada bonita é aquela que é considerada “bem adaptada” pelo meio, é aquela que não tem calos na mão, que não tem cicatrizes, que não é fedida, nem suja, pois essas características são de "trabalhadoras" (que fazem o serviço braçal, pobre, “mal adaptadas”).

O Tigre por exemplo, é forte, veloz, está no topo da sua cadeia alimentar e isso nos traz admiração, e automaticamente o achamos belo, sendo que um tigre que é maltratado o cérebro irá interpreta-lo como feio.

Essa interpretação referente ao feio e ao bonito foi essencial para escolher os melhores parceiros, pois escolher o melhor adaptado é aumentar a probabilidade de nossa cria ser “bem adaptada” e automaticamente a probabilidade desta sobreviver e transmitir essa característica de distinguir o bonito do feio para suas crias.

O modo ver o belo é diferente e pessoal, porque os valores são individuais, e estes (valores) estão ligados com a visão de “bem adaptado”, logo a beleza não é igual para todos.